O cirurgião plástico, especialista em reconstrução, Ghassan Abu Sitta, afirmou estar usando vinagre como último recurso para tratar infecções bacterianas em civis palestinos feridos nos bombardeios israelenses à Gaza.
“Vinagre da loja de esquina para tratar infecções bacterianas em queimaduras. Chegou a esse ponto”, disse em publicação no X, antigo Twitter, na manhã desta quinta-feira (19).
Sob cerco total desde o ataque terrorista sem precedentes do grupo Hamas a Israel, o enclave palestino sofre sem acesso à água, comida, combustível e insumos médicos, agravando a crise humanitária causada pelos ataques aéreos contínuos, que já deixaram mais de 3.785 mortos, incluindo 1.524 crianças, e 12.493 feridos. Já são mais de 5,1 mil vítimas, sendo 1.403 israelenses.
Dados atualizados do Escritório Humanitário da ONU (OCHA) mostram que 17 hospitais foram atingidos e danificados na região, sendo que quatro deles precisaram ser evacuados e não estão mais em operação. Todos ficam na região norte da Faixa de Gaza, onde Israel ordenou a evacuação de 1,1 milhão de civis.
Superlotadas e sobrecarregadas, as instalações de saúde restantes estão operando com mais de 150% da capacidade. Nesta 5ª feira (19.out), o segundo maior hospital de Gaza, o Hospital Nasser, desligou as luzes na maior parte das instalações em meio à escassez de combustível para alimentar os geradores.
A expectativa é que os itens básicos para sobrevivência cheguem ao território na 6ª feira (19.out). A liberação da entrada de ajuda humanitária internacional pela passagem de Rafah foi divulgada ontem (18.out) pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que afirmou que a decisão foi tomada após pedido do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Calcula-se que mais de 200 caminhões com toneladas de suprimentos estejam esperando na fronteira do Egito para enviar ajuda à Gaza. Inicialmente, será permitida a entrada de 20 caminhões, todos sob supervisão da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo a organização humanitária internacional Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, “não é suficiente”.
“Estamos falando de dois milhões de pessoas que precisam de tudo, então 20 caminhões serão uma gota no oceano”, disse o porta-voz da organização.”Obviamente, acolhemos com satisfação qualquer ajuda que entre no país, mas teremos de ter muito mais do que isso.”
A Cruz Vermelha também alertou para o fato de que não houve compromisso de pausa nos ataques aéreos quando a ajuda for entregue.
Com informações do SBT News.
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