Em MS, número de inadimplentes chega a 1.044.862
Se por um lado, a queda dos juros facilita as compras parceladas, por outro, pode também ajudar a aumentar a inadimplência. Na quarta-feira (20), o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) reduziu a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano.
O motivo é que a mudança influencia todas as taxas de juros do país, como a do cartão de crédito, cheque especial, empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
“Espera-se que este tomador de recursos saiba o que está fazendo. Caso contrário, ele poderá criar uma situação desagradável no futuro. Ou seja, o risco de ficar inadimplente pode existir, caso não haja um planejamento adequado, quando da contratação de um empréstimo”, alerta o economista Marcio Coutinho.
Ainda de acordo com o profissional, a taxa de juros menor incentiva os tomadores de recurso, para que possam satisfazer suas necessidades, em outras palavras: que as pessoas voltem a comprar.
“A taxa de juros caiu porque o Banco Central entende que a inflação não está com perspectiva de alta. A pessoa física ou jurídica que toma dinheiro emprestado tem que estar muito atenta com o que fazer com o dinheiro.”
Segundo dados da Serasa, em Mato Grosso do Sul, o número de inadimplentes no mês de agosto ficou em 1.044.862, já o total de dívidas chega a 3.814.078 unidades.
Selic
A Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia), é definida pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), que é composto, atualmente, por nove economistas, que se reúnem a cada 45 dias para decidir sobre o aumento, diminuição, ou se a taxa se mantém estável.
Nessa reunião, o Copom precisa, pelo menos, se aproximar da meta de inflação, que atualmente é de 3,25% ao ano. Ela tem margem de 1,5 ponto percentual, para cima ou para baixo. Ou seja, a variação do objetivo vai de 1,75% a 4,75%.
“O governo utiliza a taxa Selic para controlar a inflação, quando ela está muito alta, ele aumenta a taxa Selic, para a inflação cair. Quando a Selic cai, ele vai reduzindo a taxa de juros também”, explica o economista.
A meta é definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), que hoje é formado por Fernando Haddad (ministro da Fazenda), Simone Tebet (ministra do Planejamento) e Roberto Campos Neto (presidente do BC).
O Copom divulgou uma nota, informando que o corte de 0,5 ponto percentual está alinhado à estratégia de controlar a inflação.
“O comitê ressalta ainda que a magnitude total do ciclo de flexibilização, ao longo do tempo, dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto (capacidade ociosa da economia) e do balanço de riscos [para a inflação futura]”, informa parte da nota.
Por Suzi Jarde – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul
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