Cidades de MS atingem 44ºC e estão entre as mais quentes do Brasil

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Com baixa umidade do ar, sensação térmica pode ser ainda mais alta e provocar riscos à saúde

O calor intenso dos últimos dias tem assustado os sul-mato-grossenses. Para se ter uma noção, as cidades de Água Clara e Porto Murtinho atingiram a máxima de 42°C. O recorde ficou por conta de Corumbá, com 44°C, ontem (21). 

Além do calorão intenso, nem sempre o termômetro condiz o calor que nosso corpo está sentindo, essa é a diferença entre temperatura e sensação térmica, dois conceitos que podem ser facilmente confundidos, mas são distintos um do outro.

O meteorologista Natálio Abraão explica que o conceito de sensação térmica é empírico e individual. 

“É usado em função de parâmetros presentes na atmosfera, como temperatura, vento, umidade do ar e densidade atmosférica. Não é impossivel prever ou antecipar qual será a sensação térmica dos proximos dias”, revelou. 

Um exemplo: se a temperatura máxima for de 40 graus, a sensação térmica só pode ser de 40 graus ou mais. Se o vento estiver mais forte, mais fresco vai estar o ambiente. “Outro exemplo é se a temperatura for de 40 graus e a umidade do ar lá em cima estiver em 90%, então, com umidade alta, o corpo não vai suar porque a umidade não deixa”, explicou o meteorologista.

O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul), ressaltou que o destaque da previsão do tempo para o final de semana é a elevação das temperaturas, com valores que podem atingir entre 40 a 43°C. Aliado à previsão de altas temperaturas, esperam-se baixos valores de umidade relativa do ar, entre 10-20%. 

São previstas temperaturas mínimas entre 23-25°C e máximas que podem atingir os 41°C, nas regiões sul e leste do Estado. Para as regiões norte, pantaneira, Bolsão e sudoeste, temperaturas mínimas entre 23-28°C e máximas de até 43°C. Em Campo Grande, mínimas entre 25-26°C e máximas de até 38°C. Os ventos atuam do quadrante norte, com valores entre 40-60 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento com valores acima de 60 km/h.

Moradores em situação de rua 

Na última terça-feira (19), o jornal O Estado percorreu alguns pontos da Capital, em busca dos moradores em situação de rua. Grande parte desse público tem procurado acolhimento no POP (Centro de Referência Especializado para a População). 

Nesta quinta-feira (21), a Secretaria de Assistência Social (SAS), por meio das equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas), está orientando a população em situação de rua sobre os perigos da desidratação e a importância de buscar apoio nas unidades de acolhimento e no Centro POP, localizado na região central da cidade.

De acordo com a gerente de Proteção de Média Complexidade, Mayza Reis, as equipes do Seas estão intensificando as abordagens nos pontos da cidade onde há maior incidência de pessoas em situação de rua e reforçando a importância de aceitarem acolhimento em uma das quatro unidades da Rede de Assistência Social do município.

“Por lei, não podemos realizar nenhum tipo de condução coercitiva, por isso nossos profissionais, no momento da abordagem, explicam sobre os riscos do calor excessivo, os prejuízos à saúde e a importância de aceitarem o acolhimento em uma unidade da SAS”, ressaltou a gerente. 

Para as pessoas que ainda assim recusam o acolhimento nas unidades, as equipes orientam e fazem o encaminhamento, caso exista o aceite do usuário, ao Centro POP, que é um ponto de apoio à população em situação de rua, localizado na rua Joel Dibo, 255, Centro.

No local, além de três refeições diárias, é possível realizar higiene pessoal, lavar roupas e se hidratar nos bebedouros da unidade. A mesma estrutura é disponibilizada nas unidades de acolhimento. 

A superintendente de Proteção Social Especial, Tereza Cristina Miglioli Bauermeister, ressaltou que faz parte da política de abordagem a insistência em passar várias vezes pelos mesmos locais, na tentativa de convencer a população em situação de rua, sempre utilizando argumentos quanto aos perigos de permanecer na rua com as altas temperaturas, da mesma forma que ocorre nos dias de frio intenso. 

“Nós também realizamos o encaminhamento para tratamento da dependência química em comunidades terapêuticas, por meio da parceria com a SDHU (Subsecretaria de Direitos Humanos). Atualmente, existem 11 comunidades, vinculadas à pasta, que dispõem de 300 vagas para tratamento da dependência química.

O Serviço Especializado em Abordagem Social realiza atendimento à população de rua nas sete regiões da Capital, por meio de busca ativa e denúncias feitas pelos celulares (67) 99660-6359 e (67) 99660-1469, disponíveis para a população. O trabalho é realizado pelas equipes, que fazem abordagens sociais 24h por dia, nos sete dias da semana, incluindo os feriados e finais de semana.

Cidades do interior

Mato Grosso do Sul registra recorde em temperaturas. A cidade de Água Clara, na região leste do Estado, registrou máxima de 40,7°C, enquanto Porto Murtinho, na região oeste do Estado, registrou máxima de 40,2°C. A cidade de Dourados registrou 39ºC, pela tarde. No leste do Estado, em Anaurilândia, os termômetros marcam 23°C inicialmente e a temperatura subiu até 39ºC. No Conesul, Iguatemi registra mínima de 23°C e máxima de 39°C. Em Ponta Porã, os valores ficam entre 23°C e 36°C. 

Em Corumbá, na região pantaneira, a mínima foi de 27°C e máxima de 44°. No Bolsão, Três Lagoas registra 22°C pela manhã e 38°C, à tarde.

 

Foto: Em Dourados foram
registrados 39ºC/Marcos Maluf

Foto: Em Corumbá,
temperatura foi de 44ºC/Marcos Maluf

 

 

A umidade relativa do ar deve ficar entre 10% a 20%, valores considerados baixos. Por isso, o Cemtec recomenda beber bastante líquido, umidificar os ambientes e evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia.

Por – Thays Scnheider

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