Michelly Perez
O característico cantinho para os temperos muito encontrado na casa dos avós, tem ganhado cada vez mais o coração dos campo-grandenses, que decidem adotar um estilo de vida mais saudável. Para muitos, os temperos passam de meros ingredientes para se tornarem, uma via de escape e de terapia.
Exemplo vivo do amor pelas ervas, o jornalista Thales Molinas, 22 anos, morador do bairro Jardim Paulista, região leste da cidade, revela que cultivar temperos vai além de um hobby, faz parte de toda uma tradição familiar.
“Isso começou desde a minha infância, vem de tradição de família. Minha avó plantava na casa dela, depois minha mãe plantou em casa e hoje eu sigo a linha e os conhecimentos que me passaram e acabou que a gente levou para sempre, para dentro de casa. Sempre tivemos temperos e ervas que cultivávamos, nunca teve uma vez em casa que faltou algum tempero porque sempre cultivamos.”, explica.
Com uma plantação variada, Thales afirma que não planta mais por falta de espaço, já que se fosse pela vontade a casa certamente estaria abarrotada de mais variedades de ervas. “Temos orégano, alecrim, alguns tipos de pimenta, manjericão, cheiro verde e coentro. Hoje, poderia pontuar que o maior desafio é a falta de espaço porque o que queremos na verdade é encher a casa de vaso para ter mais”, brinca.
A adoração pelo cultivo orgânico, faz com que ele queira passar o costume para os filhos, não só pelo hobbie, mas também pela vida saudável. “Com certeza é algo que eu quero passar para os meus filhos, quero ainda que eles tenham uma alimentação mais saudável que a minha, ainda mais, quando ela pode ser feita de forma orgânica”, conta.
Terapia no quintal de casa
Na casa de Maria Lúcia, 39, localizada no bairro Guanandi 2, plantar seus próprios temperos simboliza além de ter disponível todos os sabores que gosta de colocar nos seus pratos, uma terapia. “Sempre gostei de plantar flores e no meu jardim não falta tempero. Depois que acordo, a primeira coisa que faço é cuidar da minha horta, isso deixa meu dia melhor, é quase uma terapia logo pela manhã”, explica.
Ela acrescenta que as plantas trazem alegria e, por isso, sempre encontra um espaço para plantar uma nova espécie. “Atualmente planto cebolinha, coentro, alho, alecrim, gengibre, erva cidreira, hortelã e pimentão, mas já estou procurando mais espaço para plantar outras. Acho que um bom tempero faz muita diferença e qualquer prato que esteja preparando”, pontua.
A preocupação é tamanha que ela conta, que quando precisa viajar, deixar a sua querida horta aos cuidados de familiares. “Quando vou viajar, ou preciso sair de casa por algum período de tempo um pouco maior, deixo sempre alguém para cuidar das minhas plantas. Eu aprendi com o tempo e de forma totalmente autodidata a cuidar de cada uma delas. Hoje, eu já sei qual precisa de mais água, qual pode e deve ficar no sol. Enfim, tudo o que é necessário para ter elas no meu jardim e sempre que eu preciso poder pegar uma folhinha aqui e outra ali”, comenta sorridente.
Se recomenda a prática, a dona de casa é clara ao afirmar que sim e não poupa elogios. “ Para começar a plantar ao contrário do que muita gente pensa, não é necessário muito esforço, mas é preciso saber e entender que será necessário cuidar de cada planta todos os dias. Mas, depois de um tempo, você acostuma e não tem nada melhor do que olhar para seu jardim e ver que tudo o que você precisa está na palma de suas mãos”, finaliza.