Mato Grosso do Sul celebra o mês de enfrentamento à violência contra a mulher com um notável marco: uma redução significativa de 36% nos casos de feminicídio. Os dados compilados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) indicam que, no período de janeiro a julho deste ano, foram registrados 16 casos de feminicídio, o menor número dos últimos 7 anos.
No mesmo período do ano anterior, esse número era alarmante: 25 mulheres foram vítimas de feminicídio, demonstrando uma redução notável e encorajadora. A capital do estado, Campo Grande, também segue essa tendência positiva, com uma diminuição de 16,7% nos registros de mortes de mulheres em comparação com o mesmo período do ano passado.
A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) em Campo Grande tem desempenhado um papel fundamental na conscientização e proteção das vítimas. A delegada Elaine Benicasa observa que, desde a inauguração da Casa da Mulher Brasileira em 2015, houve flutuações nos números de feminicídios, mas um padrão de aumento nos registros de violência contra a mulher. Ela ressalta que o aumento dos registros de agressões físicas e psicológicas pode estar ligado ao fato de mais mulheres estarem denunciando os abusos.
A delegada Benicasa também enfatiza a importância da intervenção de terceiros ao testemunharem qualquer tipo de crime contra a mulher. Ela encoraja os vizinhos e conhecidos a se envolverem e denunciarem, citando casos em que a falta de intervenção resultou em tragédia.
Agosto Lilás
Neste ano, o mês de agosto é marcado pelo “Agosto Lilás”, uma campanha idealizada pela Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM) em 2016. A campanha tem como objetivo intensificar a divulgação dos serviços especializados, a rede de proteção e a Lei Maria da Penha, buscando sensibilizar a sociedade sobre a urgente necessidade de erradicar a violência contra a mulher.
A edição de 2023 do “Agosto Lilás” celebra os 17 anos da publicação da Lei Maria da Penha e apresenta uma série de ações coordenadas entre os poderes executivo, legislativo e judiciário. Uma das iniciativas é a ampliação das salas lilás nos municípios do interior do estado, além da aquisição de 600 kits de tornozeleiras eletrônicas para monitorar agressores de mulheres e crianças.