Governo busca marca social em segundo ano

Depois de um início de mandato marcado por uma relação conturbada com o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro inicia o segundo ano de governo em busca de uma marca na área social. Por ora, os planos preveem reformular programas criados durante gestões petistas, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, que devem ser ampliados e mudar de nomes.

Além da busca por uma bandeira social, o segundo ano da gestão Bolsonaro deve ter trocas de comando em ministérios considerados estratégicos, que não apresentaram resultados esperados pelo governo.

O interesse por pautas sociais teria o objetivo, portanto, de tentar se aproximar da população mais pobre, especialmente no Nordeste, onde o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda têm força.

Se tudo correr como o planejado, a ideia é lançar até maio um Bolsa Família turbinado e rebatizado – uma das possibilidades é que se chame Renda Brasil. Segundo dados do governo, o programa atende hoje 13,5 milhões de famílias com renda mensal inferior a R$ 178.

“Queremos fazer a ampliação, construir portas de saída (criar condições de o beneficiário deixar o programa). Vamos apresentar a qualificação dos ‘nem-nem’, que são milhões de jovens que não trabalham nem estudam. E também estamos trabalhando para dar um suporte melhor para o Criança Feliz”, afirmou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. O Criança Feliz é um programa de visitação domiciliar voltado para o desenvolvimento infantil.

A população de baixa renda será o foco, ainda, de um programa habitacional a ser lançado no lugar do Minha Casa, Minha Vida, com um sistema de “voucher”– vale que asseguraria um crédito para compra, construção ou reforma da casa própria.

O valor será definido a depender de fatores como a região do País, por exemplo. A ideia é atingir famílias com renda de até R$ 1,2 mil mensais que vivem em moradias precárias nos municípios com até 50 mil habitantes. Criado em 2009, o Minha Casa ainda tinha 44.426 moradias com obras paradas em novembro, segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional. (João Fernandes com Estadão Conteúdo)

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