Após 11 dias de investigação, 17 pessoas foram ouvidas e 6 celulares apreendidos
Após 11 dias de investigações e oitivas de 17 testemunhas, as forças policiais envolvidas para a elucidação do caso do jogador de futebol Hugo Vinicius Skulny Pedrosa, 19, assassinado a tiros, esquartejado e jogado no rio Iguatemi, na cidade de Sete Quedas, apontaram, em coletiva realizada na manhã de ontem (7), que os elementos consolidados até o momento indicam que o crime foi premeditado e que a ex-namorada da vítima teria atuado como coautora.
De acordo com o delegado da Defron (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira), Marcos Werneck Pereira, o testemunho de um dos envolvidos foi a peça-chave para o encontro de partes do corpo de Hugo. Ele destaca que, a partir deste depoimento, foi possível confirmar que se tratava de um homicídio e não de um desaparecimento. “Nós empreendemos inúmeras diligências, trabalhamos incansavelmente e conseguimos um panorama seguro da dinâmica do delito e identificamos outros envolvidos em crimes conexos, ocultação de cadáver e fraude processual. Nosso trabalho, junto à polícia científica, culminou na prisão de Rúbia Joice de Oliveira Luivisetto, ex- -namorada da vítima e conseguimos pedir também a expedição temporária da prisão de
Danilo Alves Vieira da Silva, apontado como autor principal e, no atual estágio da investigação, temos elementos para afirmar que o crime foi premeditado. Também identificamos a participação de Rúbia como coautora do crime”, disse Werneck.
Segundo a delegada titular da Delegacia de Polícia de Sete Quedas, Dra. Lucelia Constantino de Oliveira, até o presente momento, foram 11 dias de investigações, envolvendo aproximadamente 22 policiais civis,além dos membros do Corpo de Bombeiros e da perícia e mais 30 servidores da segurança pública. Foram ouvidas 17 pessoas, realizadas 6 apreensões de celulares, instrumentos cortantes e DVRs para a extração de imagens. “Durante este tempo foi decretada a prisão temporária de Rúbia, que está presa e a prisão temporária de Danilo também foi decretada mas, até o momento, ele não foi encontrado. As diligências continuam, a investigação está em andamento e em breve daremos uma resposta à sociedade e aos familiares da vítima”, disse a delegada.
De acordo com o subtenente do Corpo de Bombeiros de Amambai, Vilson Vicente Ferreira, as buscas contaram com o uso de drones e da técnica de busca em superfície. Com o depoimento sobre o local exato onde o corpo da vítima teria sido jogado ao rio, as equipes, em um período de 10 minutos, já conseguiram localizar partes do corpo do jogador.“Com a informação concreta, a equipe voltou e iniciou as buscas com informações sobre o local da desova e em torno de 10 minutos nossa equipe começou a encontrar os restos mortais da vítima. Apos três dias de buscas sem resultado, usamos a tática de busca em superfície e não com os mergulhadores. Essa tática consiste em descer o rio em X movimentando a água e o fundo do leito, para que se houver alguma parte do corpo, ela volte para a superfície. Utilizamos também drones, que acompanhavam a equipe no barco, já que o rio tem locais com quase 100 metros de largura e muita corredeira com locais de difícil acesso”, explicou.
A perita criminal Jessica Barbosa, coordenadora regional em substituição legal da URPI-AM (Unidade Regional de Perícia e Identificação de Amambai) destacou ainda que diversas ferramentas foram usadas para elucidar o caso. “Usamos luminol, reprodução simulada para analisar as circunstâncias e a materialização do caso. A equipe teve 7 peritos e 5 agentes de perícia científica.
Foi feita a necrópsia durante dois ou três dias e a equipe agora trabalha internamente com os vestígios coletados no local, para realizar exames complementares. A perícia criminal continuará fazendo os laudos, para trazer retorno para a sociedade e para a investigação”, pontuou.
Despedida
O corpo de Hugo Vinicius Skulny foi sepultado na tarde de ontem (7), em Sete Quedas. Após a repercussão do caso, que chocou os moradores do município, um cortejo com mais de 200 veículos acompanhou o translado dos restos mortais do jogador até a Paz Vida. O velório de Hugo começou às 13h30 e o enterro aconteceu por volta das 15h. Centenas de amigos e familiares, com pedidos de Justiça e ainda indignados com o crime, deram o último adeus ao jovem.
[Camila Farias e Michelly Perez– O ESTADO DE MS]
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