Em Mato Grosso do Sul, 1.537 cabeças de gado morreram, devido ao frio intenso no Estado, conforme levantamento feito pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). O prejuízo estimado é de cerca de R$ 3 milhões para os produtores rurais. As mortes ocorreram, principalmente, na região da Nhecolândia, no Pantanal sul-mato-grossense. Segundo o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold, a mortalidade é relevante, na região do Estado.
Devido à inversão térmica tivemos uma mortalidade bastante expressiva na região de Mato Grosso do Sul. Tínhamos uma temperatura de 30°C e ela foi para, em torno de 4°C, com a sensação térmica que levava quase a zero e ocasionou muitas mortes.” “O número começa a aumentar agora, com o levantamento que a equipe da Iagro está realizando, por percorrer as propriedades e ele deve chegar próximo a 2 mil cabeças de gado por condições climáticas”, explica Ingold.
Segundo a Iagro, o órgão tem se dedicado a checar essas informações de mortalidade e tem passado orientações técnicas para os produtores rurais, para realizar o descarte, inclusive, das carcaças que devem ser enterradas ou cremadas.
O presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, afirma que as mortes ocorreram basicamente pelas questões de hipotermia. “Essa inversão térmica que aconteceu e o acumulado, principalmente na região do Pantanal, com as umidades, em virtude da época da cheia da região. Esse é o grande fator das mortes por hipotermia.”
Morte de gado
O pecuarista Ayrton Bacchi de Araújo, proprietário da fazenda São Bento da Marajoara 2 conta que perdeu 24 animais por conta da grande onda de frio na região da Nhecolândia. “A situação foi complicada por esses dias, muito frio e muita chuva. A vacada já está um pouco mais fraca, com bezerro, com alguns lugares que pegou muita água, com o gado um pouco mais fraco e perdemos 20 vacas, 2 bezerros e 2 novilhas. Em alguns lugares, é muito desacampado e teve uma mortalidade bem grande.”
“É algo difícil, pois temos apego aos animais e cuidado com eles. Já perdemos um grande número de animais em outro frio, que teve na década de 1990, no Estado. Além disso, outros produtores rurais também estão preocupados, pois está previsto uma nova frente fria para esta semana”, lamenta o pecuarista.
Como criador da raça de cavalo pantaneiro, Ayrton explica que precisou fazer invernadas no campo. “O abrigo fica no meio ou fica no norte e o gado sempre acompanha o sentido da chuva.
No entanto, como a chuva vem pelo sul, ele vai procurar o norte e, sendo assim, o gado sempre corre da chuva. Às vezes, essas invernadas não têm abrigo nesse lugar, no qual o animal encosta na cerca, fica no relento e fica tomando essa chuva fria, é onde acontece a perca das cabeças de gado”, finalizou.
Por Marina Romualdo– Jornal O Estado do MS.
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