Para Sidinei Carmo, de 25 anos, 2019 foi seu melhor ano. O jornal O Estado também acompanhou a trajetória do atleta de kickboxing, que acumulou nove títulos estaduais, nacionais e internacionais ao longo do ano. “Até agora 2019 foi o melhor ano para mim. Eu fiz onze lutas, o que dá quase uma por mês. Dessas só perdi duas”, fala durante a entrevista.
Foram três participações com competidores do mundo todo. Em fevereiro se consagrou campeão da Copa América, sediada em Foz do Iguaçu (PR). Em outubro participou do Mundial da categoria, na Bósnia. Foi sua primeira competição a nível internacional, onde encontrou com mais de 500 atletas de diversos países, entre eles participantes do Glory, maior campeonato de luta em pé do mundo.
Lá o lutador encerrou sua participação em nono lugar. Mesmo que não tenha subido ao pódio, ficou satisfeito por ter sido convocado pela CBKB (Confederação Brasileira de Kickboxing). “Foi uma experiência ‘da hora’. Eu estava com os melhores do país na Seleção Brasileira. Treinei com eles, aprendi muita coisa nova. Foi uma experiência surreal”, conta.
Ainda assim Sidinei fechou seu calendário internacional com chave de ouro. Em novembro viajou para o Sul-Americano, em Lima, no Peru, e foi o melhor das categorias K1 Rules e Kick Light, nos 57kg. Para quem começou na modalidade há pouco mais de dois anos, ser o melhor da América do Sul significa muito. “Eu nunca imaginei que me tornaria lutador e que chegaria nesse nível. Agora estou onde estou”, fala emocionado.
A nível nacional foi o melhor no Centro-Oeste, na Copa Brasil e no Brasileiro deu uma deslizada e ficou com o bronze. No Estado, venceu o Caarapó Fight Night, na categoria profissional e o Estadual da categoria. Pelo muay thai, pelo qual também luta, venceu o Estadual e o Pretorianos MMA, que aconteceu em Dourados no início de dezembro.
Sidinei é de Caarapó, uma cidade de 20 mil habitantes, localizada a 268 km da Capital, no sul do Estado. “Para mim ser de cidade pequena não é desvantagem, pelo contrário. Aqui todo mundo conhece meu trabalho, o acesso é mais fácil. Por exemplo, posso ir até a casa do prefeito me encontrar com ele, não é tão burocrático. Claro que é difícil conseguir patrocínio, mas de pouco em pouco o comércio me ajuda”, declara o atleta.
Hoje ele não possuí auxílio financeiro fixo. Por isso, as vezes precisa se afastar do esporte e recorrer aos ‘freelas’. “Trabalho dando aula de luta e as vezes faço um ‘bico’ na pintura. Antes de ser atleta eu era pintor e dava aula, mas como comecei a competir muito me afastei dessa ocupação. Mas quando as coisas apertam eu volto para a pintura”, comenta.
Para 2020 ele já projeta o Pan-Americano de kickboxing e o Mundial de Muay Thai. Mas por enquanto, está aproveitando o recesso de fim de ano. “O fim do ano é época de manutenção, para você descansar e recuperar o corpo. Só no último mês fiz quatro lutas, tive que cortar peso, então o corpo desgasta bastante. Em janeiro estarei zero”, finaliza.
(Texto: Danielle Mugarte)