De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), em 2021, a cada 10 alunos dos cursos de química, física e matemática, sete não finalizaram os semestres obrigatórios, ou seja, desistiram antes. Além disso, ainda segundo o instituto, as taxas de conclusão são as mais baixas nesses três cursos, sendo de apenas 24% em física e 30%, em matemática e química.
Uma professora de química na rede pública de ensino, que preferiu não se identificar, relembrou ao jornal O Estado que, desde a sua formação, percebeu que muitos colegas de turma acabaram desistindo do curso. Hoje, atuando na área, ela pontua que o número de alunos também é menor. “Minha turma foi um pouco atípica, pois pegamos o período de greve, o que também contribuiu para a desistência de alguns alunos. Mesmo assim, o número foi alto, em torno de uns 15, aproximadamente. Era nítido que, para o curso de química, a procura sempre foi menor que por outros”, destacou.
Além disso, ela confirmou que já existe uma dificuldade em encontrar professores destas disciplinas. “Principalmente nos cursos de licenciatura dessas áreas, acredito que a procura tende a ser menor e também, pelo que vejo no dia a dia, estão em falta os professores para essas matérias”, citou.
Em contrapartida, a SED/ MS (Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul) afirmou que não foi percebido nenhum tipo de dificuldade na contratação de profissionais dessas áreas. “Levando em consideração a faixa etária e duração de curso, esse déficit deve ser sentido, daqui a alguns anos.”
Diante disso, a ex-secretária de educação básica do MEC (Ministério da Educação) e especialista em formação de professores em matemática, Katia Smole, afirmou que não existe apenas um fator que explica a situação. “Acredito que seja um reflexo da própria educação básica, do fracasso no aprendizado de matemática e ela tem conhecimento básico para aprender química e principalmente física”, disse.
Por Tamires Santana– Jornal O Estado do MS.
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