Há um ano, mãe luta contra plano de saúde por tratamento de criança com paralisia cerebral

Marcos Maluf
Marcos Maluf

A história de luta pela saúde da pequena Elisa Quadros Jaques, de apenas 1 ano e dois meses, começou ainda antes do nascimento, quando a obstetra que acompanhava a mãe, Vanessa Reis, deixou de atender o convênio PAS/ UFMS. A partir desse momento, ela precisou procurar outra profissional que estivesse apta para a realização de seu parto, que era considerado de alto risco.

No nascimento, Elisa sofreu anóxia neonatal devido ao monitoramento inadequado da ausculta fetal. A anóxia é definida como a ausência de oxigênio nas células do recém-nascido, uma vez que o oxigênio é um elemento absolutamente essencial para a atividade metabólica do bebê.

A família acredita que o caso tenha ocorrido por negligência médica e, com isso, a menina ficou com sequelas.

Mas os problemas com o plano de saúde, não pararam por aí. Elisa tem paralisia cerebral, síndrome de West, atraso neuropsicomotor e a família começou a ter problemas para realizar o tratamento adequado, pelo convênio PAS/UFMS.

“Nós tentamos levá-la para o Sara Kubitschek. A princípio, eles aceitaram, mas depois eles negaram o tratamento. Ela teve várias internações e, por conta da falta de estímulo, ela teve quatro pneumonias por microaspiração, fez gastrectomia, na última internação”, explicou Vanessa.

No início, o convênio reembolsava 70% dos valores das terapias, então familiares começaram a fazer empréstimos com outros familiares, para conseguir custear os tratamentos e Elisa não ficar sem atendimentos. Além das consultas e terapias, o plano também não cobre as órteses, roupas propriocepção e luvas especiais.

Atualmente, a família tem se desdobrado para conseguir arrecadar fundos, como promover almoços beneficentes, pois o convênio já não está mais realizando o reembolso pelas consultas pagas. “Estamos ficando com o orçamento bem escasso. E os estímulos precisam ser feitos até os dois anos de idade, para que ela possa ter a chance de andar, chance de falar minimamente e ter uma qualidade de vida.

Então, a gente tem travado uma luta na Justiça, para ter os direitos dela garantidos”, desabafou a mãe.

Ela explica, ainda, que o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece os tratamentos que a filha precisa, porém a fila do Sisreg (Sistema de Regulação) é extensa e a demanda de tratamento é sempre maior do que a oferta dos serviços.

Sem mais alternativas, Vanessa entrou na Justiça, para conseguir reaver os direitos de Elisa, perante o plano de saúde.

A audiência já foi agendada diversas vezes, mas sempre é reagendada, pelo convênio. A equipe do jornal O Estado entrou em contato com o plano de saúde PAS/UFMS, contudo, até o fechamento desta matéria, a empresa não respondeu aos questionamentos.

Por Camila Farias– Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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