Violência na Capital supera a da fronteira e soma 46 assassinatos, somente neste ano

Imagens: João Gabriel Vilalba
Imagens: João Gabriel Vilalba

Nesta semana, pelo menos três crimes já foram registrados, nos bairros de Campo Grande

Nos primeiros meses de 2023, Campo Grande registrou 46 assassinatos, de um total de 138 homicídios dolosos, em Mato Grosso do Sul, até o momento. Os dados são da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) e retratam a realidade do cenário vivido no Estado, entre assassinatos e execuções.

De acordo com os dados, a Capital sul-mato-grossense registrou 17 homicídios dolosos, no mês de janeiro; 11, em fevereiro; 8, em março e 10 durante este mês. O caso mais recente aconteceu na manhã de ontem (28). Um homem, de cerca de 40 anos, foi assassinado com, pelo menos, quatro tiros na avenida das Bandeiras com a rua Tatui, na Vila Carvalho, em Campo Grande. Três tiros atingiram a vítima na cabeça e um no abdômen, conforme informações do Corpo de Bombeiros. Identificado como Lourival de Souza, 45 anos, a vítima possuía diversas passagens pela polícia, dentre elas pelos crimes de tráfico de drogas e posse irregular de arma de fogo e homicídio. Fato que ajudou na identificação foi que o mesmo tinha uma tatuagem de águia no braço esquerdo.

Com ele, ainda foi identificado um celular furtado. Moradores da região relatam terem ouvido cinco disparos de arma de fogo, no entanto, apenas três teriam acertado a vítima. “O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 6h50 da manhã. A ocorrência entrou como lesão corporal por disparo de fogo e, quando chegamos até o local, foi constatado, pela equipe, que a vítima já estava ao solo e verificamos também que já estava sem os sinais vitais. Por meio de uma verificação superficial, foram encontrados quatro sinais de disparo. Contudo, nas imagens de câmera de segurança do local próximo, onde o crime ocorreu, é possível ver de cinco a seis disparos e isso será investigado pela polícia”, afirmou o tenente do Corpo de Bombeiros, Alexandro Cristaldo Cano, à imprensa.

Essa foi a terceira execução só esta semana, em Campo Grande. Na segunda-feira (24), um jovem identificado como Iago de Oliveira Amorim, de 18 anos, foi morto no bairro Aero Rancho, em Campo Grande.

Segundo informações policiais, ele foi atingido por mais de 50 disparos, realizados por dois homens, em uma motocicleta, na calçada de sua residência. A companheira da vítima e um amigo testemunharam o ataque. Na noite da última quarta-feira (26), Aurélio Francisco

Pinto, de 51 anos, foi executado no bairro Moreninhas.

A vítima estava sentada em frente ao seu estabelecimento comercial, um açougue, localizado na rua Clotilde Chaia, quando foi atingido por, pelo menos, cinco tiros de pistola. Conforme a polícia, as investigações apontam que a motivação do assassinato pode estar ligada a tráfico de drogas. Segundo a delegada Joilce Ramos, que atendeu a ocorrência, Aurélio tinha passagens pela polícia e uma delas era por tráfico de drogas.

 

‘CIDADE DAS EXECUÇÕES’

Sendo intitulada a “cidade das execuções”, Campo Grande tem registrado números crescentes de assassinatos.

Quando comparado com a fronteira com o Paraguai, região conhecida por números expressivos de crimes e tráfico de drogas, a Capital se sobressai.

Considerando o número de cidades que compõem a Faixa de Fronteira, em Mato Grosso do Sul, Campo Grande registrou mais execuções que os municípios fronteiriços.

Isso porque, segundo dados da Sejusp, a região de fronteira com 44 municípios registrou 60 homicídios, uma média de 1,3 morte por cidades. Desde o início deste ano, foram 16 homicídios dolosos no mês de janeiro, 12 em fevereiro, 20 em março, e 12 no mês de abril, até o momento.

No ano passado, o Estado registrou o total de 454 assassinatos e execuções. Em 2021, foram 434 ocorrências, durante todo o ano. Em 2020, foram registrados 427 casos. Já em 2016, quando houve o pico de ocorrências, houve 563 assassinatos

Imagens: João Gabriel Vilalba

RECORDE NO ANO PASSADO

O mês de outubro de 2022 foi marcante, em Campo Grande. Em 25 dias do mês, a Capital já havia registrado 11 homicídios dolosos. O número foi o maior desde 2016, há sete anos, quando, no mesmo mês, foram registradas 14 mortes.

Segundo dados da Sejusp, em Campo Grande, há um aumento, ano após ano, de homicídios, no mês de outubro. Em 2017, foram 10 mortos durante todo o mês.

No ano seguinte, o número de casos foi o mesmo registrado nos 25 dias de outubro do ano passado, no entanto, a contabilização ocorreu nos 31 dias do mês. Já de 2019 a 2021, as ocorrências foram subindo, para sete, oito e nove execuções, no período da reprimida, prefeitura abre 10 leitos pediátricos, na Santa Casa. 

 

Por Brenda Leitte– Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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