A Odebrecht obteve aval dos credores para adiar para 29 de janeiro a assembleia de credores, quando pretende apresentar, e eventualmente votar, um plano de recuperação com maiores detalhes sobre as condições de pagamento de suas dívidas.
O grupo tem adiado a votação para ganhar tempo e finalizar as negociações junto aos cinco maiores bancos do País, detentores de créditos de R$ 13 bilhões garantidos por sua fatia de participação na Braskem. São eles, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander.
Essa negociação é fundamental para a elaboração do fluxo de caixa do grupo. A Odebrecht pleiteia acesso a 80% dos dividendos equivalentes a sua fatia na Braskem e a não execução dessa garantia por até três anos, período após o qual venderia a companhia. A expectativa da empresa é obter um acordo até o final do ano, para que os bancos possam avaliar internamente em seus respectivos comitês, e então incluso ao ano plano.
No plano apresentado recentemente, a Odebrecht informou que pagará credores com dividendos e venda de ativos de suas subsidiárias, em um prazo de 25 anos, o qual pode se estender por mais 25.
Na terça-feira, a Odebrecht conseguiu adiar a assembleia de credores da Atvos, braço sucroenergético, para o dia 28 de janeiro. A ideia da companhia é votar os dois planos em datas próximas já que muitas dívidas e garantias são cruzadas. A Atvos tem um passivo em recuperação judicial de cerca de R$ 13 bilhões e o Grupo Odebrecht, de R$ 55 bilhões, considerando as dívidas entre as companhias.
A dívida da Odebrecht chega a perto de R$ 100 bilhões somando as dívidas fora do processo da recuperação judicial, onde estão bancos e as multas do acordo de leniência.
(Texto: Isto É)