Na última quarta-feira (18) uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que mirou Fabrício Queiroz e outros assessores do atual senador Flávio Bolsonaro, revelou que o ex-assessor recebeu mais de R$ 2 milhões em 483 depósitos, realizados por assessores ligados a Flávio, que na ocasião estava como deputado estadual.
Apesar da defesa negar as acusações, os dados obtidos por meio da quebra de sigilo bancário, divulgados pela TV Globo, foram incluídos na decisão do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio, que resultou na operação. Ao todo foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em Resende, no sul do estado.
O inquérito apura um possível esquema de lavagem de dinheiro, organização criminosa e desvio de verba pública. Além dos investigados já citados, ainda estão inclusos nove parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa de Jair Bolsonaro nas acusações.
A Promotoria suspeita de um esquema batizado de “rachadinha” no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) entre 2007 e 2018, período em que ele ainda era deputado estadual e manteve Queiroz como seu funcionário.
De acordo com o MP, existem provas de que Queiroz arrecadou boa parte dos salários de “funcionários fantasmas”. As autoridades ainda identificaram pelo menos 13 assessores que repassavam parte de sua remuneração à Queiroz. No total, ele recebeu 483 depósitos em sua conta bancária, somando um valor de R$ 2.062.360,52.
Queiroz é apontado pelos promotores como o “arrecadador dos valores desviados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro”. Além disso, foi revelado que o ex-assessor “executou uma intensa rotina de saques em sua própria conta corrente”, totalizando R$ 2,9 milhões em espécie.
(Texto: Julisandy Ferreira com informações da Isto É)