A autora da saga de livros Harry Potter, J.K. Rowling recebeu críticas nesta quinta-feira por defender a pesquisadora inglesa Maya Forstater. Ela foi demitida da ONG em que trabalhava, em favor do combate da pobreza e desigualdade, após comentar que mulheres transgêneros não podem mudar de sexo biológico.
O caso foi parar na justiça quando Maya Forstater pediu a renovação de seu contrato. O posicionamento de J.K. Rowling a favor da pesquisadora gerou polêmica entre internautas, inclusive no Brasil, em que o nome dela entrou nos assuntos mais comentados nas trends da rede social Twitter, aparecendo em 170 mil posts.
“Vista-se como quiser. Chame a si mesmo como quiser. Durma com qualquer adulto que aceite você. Viva sua melhor vida em paz e segurança. Mas forçar as mulheres a deixarem seus empregos por afirmarem que o sexo é real?”, publicou J.K. Rowling em seu perfil, usando hashtags para expressar seu apoio à Maya.
Segundo o Tribunal de Emprego do Centro de Londres, Maya – que tinha uma bolsa em um centro de estudos que faz campanhas contra a pobreza – foi “ofensiva e excludente”. O contrato dela não foi renovado em março, mas a definição sobre sua saída da organização foi confirmada apenas agora com a decisão judicial.
“Se uma pessoa fez a transição de homem para mulher e possui um Certificado de Reconhecimento de Gênero (GRC), essa pessoa é legalmente uma mulher. Não é algo que a Senhora Forstater possa ignorar. A posição da Senhora Forstater é que, mesmo que uma mulher trans tenha um GRC, ela não pode se descrever honestamente como mulher. Essa crença não é digna de respeito em uma sociedade democrática”, ressaltou o juiz James Tayler.
“Eu aceito a identidade de gênero de todos, apenas não acredito que ela substitua o sexo. Recuso-me a acreditar que os seres humanos podem mudar de sexo”, disse Maya, mesmo após ser demitida. “Minha crença… é que o sexo é um fato biológico e é imutável. Existem dois sexos, masculino e feminino. Homens são homens. Mulheres são mulheres. É impossível mudar de sexo. Até muito recentemente, estes eram compreendidos como fatos básicos da vida por quase todos”, completou ela.
A imprensa britânica afirma que Maya havia feito publicações na rede social questionando Lei de Igualdade de 2010, que oferece a permissão legal de as pessoas serem reconhecidas pelo gênero com o qual se identificam.
(Texto: Lyanny Yrigoyen com Extra)