Com aumento de casos de doenças respiratórias, MS adianta imunização contra a influenza

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Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS

Para esta primeira etapa, foram distribuídas mais de 92 mil doses de vacinas, para todos os municípios 

Conforme o boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgado no início desta semana (27), Mato Grosso do Sul apresenta sinal de crescimento de 75% de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), na tendência a curto prazo (últimas três semanas). Diante deste aumento de casos, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) está antecipando a vacinação contra a influenza no Estado, que já havia recebido, do Ministério da Saúde, a primeira remessa, com 92 mil doses do imunizante. 

Os imunizantes já foram distribuídos aos 79 municípios que estão autorizados, pela SES/MS, a iniciarem a campanha local de vacinação contra a influenza. Já a 25ª Campanha Nacional de Imunização Contra a Influenza tem início marcado somente no dia 10 de abril. 

Ainda segundo os dados do InfoGripe, Mato Grosso do Sul apresenta sinal de crescimento de 95% de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) na tendência a longo prazo (últimas seis semanas). Dentre as capitais, Campo Grande está entre as 17 que apresentam sinal de crescimento de SRAG, nas últimas semanas. 

A coordenadora estadual de Vigilância Epidemiológica da SES, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, ratificou a importância da antecipação da vacina e sobretudo da adesão da população, em procurar a vacina, nas unidades básicas de saúde. 

“A decisão de fazer a entrega destes imunizantes é em razão da chegada do outono e também devido ao aumento de casos de SRAG – doenças respiratórias. Por isso, resolvemos antecipar a vacinação em nosso Estado”, enfatizou a coordenadora. 

Contudo, a SES informou que dos 79 municípios apenas 38 já fizeram a retirada do imunizante. “Aqueles que ainda não fizeram a retirada da vacina, podem procurar a Ceve (Coordenadoria Estadual de Vigilância Epidemiológica), para fazer a retirada do imunizante até sexta-feira (31)”, acrescentou a coordenadora. 

Já na Capital, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) iniciou a distribuição dos imunizantes nas 74 unidades básicas de saúde. O calendário de vacinação tem previsão de ser divulgado hoje (29), pelas redes sociais e no site oficial da Prefeitura de Campo Grande. “O município está elaborando a estratégia, para iniciar a aplicação da dose que protege contra a influenza”, enfatizam.

Por fim, o município de Dourados informou que irá iniciar a campanha de vacinação contra a gripe na segunda-feira (3). “Vamos retirar as doses reservadas para o município nos próximos dias e depois realizar a logística, para que elas cheguem em todos os pontos da cidade e nos distritos. Nesta primeira fase, serão vacinados os mais vulneráveis, mas a expectativa é que, nas próximas semanas, a vacinação seja liberada para todas as pessoas”, revelou o gerente do Núcleo de Imunização da Sems (Secretaria Municipal de Saúde de Dourados), Edvan Marcelo Marques.

Público-alvo 

O Ministério da Saúde preconiza que a vacinação contra a influenza tenha como público os idosos com 60 anos e mais; trabalhadores da saúde; crianças (6 meses a menores de seis anos); gestantes; puérperas; povos indígenas; professores; pessoas com comorbidades; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros urbanos e de longo curso; trabalhadores portuários; forças de segurança e salvamento; Forças Amadas; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade, com mais de 18 anos de idade; adolescentes e jovens em medidas socioeducativas. 

A Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe do Ministério da Saúde (MS) tem como meta a imunização de, pelo menos, 90% do público-alvo, em todos os Estados brasileiros.

Brasil chega à marca de 700 mil vítimas da covid

Após a primeira morte ter sido registrada, há três anos, o Brasil alcançou ontem (28), a marca de 700 mil óbitos pela doença – um ano e cinco meses após registrar 600 mil mortos. A primeira morte por covid, no Brasil, ocorreu no dia 12 de março de 2020. A vítima foi uma paciente de 57 anos, em São Paulo. 

Os dados foram informados pelo MS (Ministério da Saúde), que reforçou a importância da imunização contra a doença. Segundo o ministério, a vacina mostrou, ao longo da pandemia, que é a melhor forma de proteção contra casos graves e óbitos da covid. No vacinômetro do MS (Ministério da Saúde), mais de 510 milhões de doses já foram aplicadas no país, seja primeira, segunda ou de reforço.

Sobre a influenza 

Influenza, ou gripe, é uma doença causada pelo vírus Myxovirus influenza, que se divide nos tipos A, B e C. Os dois primeiros são mais propícios a acarretar epidemias sazonais, em diversas localidades do mundo, enquanto o último costuma provocar casos mais leves. A influenza é uma infecção viral aguda, que afeta o sistema respiratório e é de alta transmissibilidade.

O período de incubação dos vírus influenza é, geralmente, de dois dias, oscilando entre um e quatro dias. Sinais e sintomas da doença são muito variáveis, podendo ocorrer desde a infecção assintomática até formas graves. Os quadros graves ocorrem com maior frequência em indivíduos que apresentam fatores ou condições de risco para as complicações da infecção, como: lactentes no primeiro ano de vida e crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade, gestantes, idosos com 60 anos ou mais e pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. 

A transmissão ocorre, principalmente, de pessoa para pessoa, por meio de gotículas respiratórias produzidas por tosse, espirros ou fala da pessoa infectada para uma pessoa suscetível. Dentre os sintomas, estão: aparecimento súbito de febre, cefaleia, dores musculares (mialgia), tosse, dor de garganta e fadiga. 

Incorporada no PNI (Programa Nacional de Imunizações) desde 1999, a vacinação contra a influenza permite reduzir internações, complicações e óbitos. Ao longo do respectivo ano, minimiza a carga, reduzindo os sintomas nos grupos prioritários, além de reduzir a sobrecarga sobre os serviços de saúde.  

Busca por atendimento cresce mais de 30%, nas UPAs 

O aumento dos casos de doenças respiratórias tem provocado uma sobrecarga no serviço de saúde do município. De acordo com a Sesau, na urgência e emergência houve um crescimento de mais de 30%, na demanda. De 1º de janeiro a 19 de março, foram registrados 291.665 atendimentos nas seis UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e quatro CRSs (Centro Regional de Saúde). Destes, 20% são referentes a atendimentos pediátricos, aproximadamente 56,4 mil crianças. O jornal O Estado esteve na UPA do Universitário, cujo tempo médio de espera por atendimento pediátrico, na tarde de ontem (28), era de 4 horas. Este é o caso do ex-servidor público Ismael Machado, 30, que procura atendimento para as duas filhas e sua esposa, ambas com problemas respiratórios. “Estou aqui desde às 13h e já são mais de 17h. Minha filha voltou a estudar e ficou doente, não tem jeito. Só que aqui está muito ruim, lotado e ninguém aguenta ficar ali dentro. Desde que estamos aqui, agora que os médicos começaram a chamar. Complicado”, disse. Cansada de esperar pelo atendimento pediátrico para o filho, que estava com sintomas gripais, a dona de casa, Rutiene Barros Garcia, 33, decidiu esperar do lado de fora, deitada na grama do UPA. “Chegamos por volta das 14h30. Na triagem, foi rápido o que está demorando é o atendimento médico, mesmo. Ali dentro é muito quente, precisam melhorar a estrutura, ventilação e colocar mais médicos. Meu filho está com febre, tossindo e vomitando”, desabafou a mãe. Diante do aumento no número de casos notificados e internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), a superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau, Veruska Lahdo, destacou que, neste momento, é necessária maior atenção quanto às formas de prevenção, como o reforço da higiene pessoal e etiqueta respiratória, associada à vacinação. “O uso de máscaras de proteção facial continua sendo recomendado para sintomáticos respiratórios, indivíduos com fatores de risco, em especial imunossuprimidos, idosos, gestantes e pessoas com múltiplas comorbidades”, reforçou. O último boletim epidemiológico do CIEVS-CG (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde), que compreende de 12 de fevereiro a 18 de março, apontou o aumento de internações de crianças de 0 a 9 anos, em decorrência de quadros de SRAG. Somente em 2023, foram detectados 32 casos de vírus respiratórios com análise laboratorial, sendo 53% do tipo vírus sincicial respiratória. Outros 40,7% identificados como rinovírus e os demais, como covid-19 e influenza B. Com as unidades operando no limite da capacidade, a Sesau orienta que pais e responsáveis busquem as unidades de urgência somente em situações de maior gravidade. Quadros leves podem ser direcionados às unidades de Atenção Primária, evitando, assim, longas esperas por atendimento. 

Por Suelen Morales  – Jornal O Estado de MS.

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