Durante coletiva de imprensa realizada na terça-feira (17) no Ministério Público Estadual, o Governo do Estado anunciou através da Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul), um aumento de 30% no valor repassado aos clubes para o início do Campeonato Sul-Mato-Grossense de Futebol. Contudo, os times não podem usar o auxílio como bem entenderem.
O valor que será de R$809.536 em 2020 será administrado pela FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). “A federação paga a arbitragem para o sindicato, além da alimentação e hospedagem dos times visitantes. Por exemplo, se o Corumbaense vem jogar contra o Operário, o hotel e alimentação do Corumbaense é paga por esse projeto”, explica Marco Antônio Tavares, vice-presidente da entidade.
O aumento percentual corresponde a R$200 mil. “Este valor será usado para a compra do material esportivo dos clubes, que são os uniformes de passeio, de treino e de jogo, as bolas, entre outros. Não fica um centavo para a federação, é tudo para os clubes, mas em forma de ajuda, não dinheiro em espécie”, completa o dirigente, que também atua como diretor de competições.
De acordo com o presidente do Operário, Estevão Petrallas, a arbitragem custa aproximadamente R$3 mil por partida. Baseado na temporada de 2019, que realizou o total de 80 jogos, o gasto anual gira em média de R$240 mil. Os R$382.720 restantes ficam para a alimentação e hospedagem. Já o transporte é por conta do clube. “Chegamos a discutir essa questão ontem, mas há equipe que tem ônibus e há equipe que não tem, e cada uma vai viajar uma quantidade de vezes e com distâncias diferentes”, falou o dirigente, na terça-feira.
No geral, os presidentes de clubes preferiam administrar o dinheiro, mas admitem que hoje não seria viável. “É claro que seria bem melhor se o clube recebesse e administrasse, o que aconteceu em 2015, se não me engano. Nesse ano três clubes conseguiram a documentação, o restante não conseguiu, como hoje ainda não têm. Destes três, apenas dois prestaram contas. Com isso a federação se tornou “barriga de aluguel” novamente, diz Félix Boteselli, a frente da Serc.
César Mignolli, presidente do Costa Rica, concorda. “Sempre bati que o recurso deveria ser passado direto aos clubes, mas como alguns não têm a certidão, outros não prestam conta, isso ficou a cargo da federação. Como estamos no bolo, sobrou para nós também”. Ele informou à reportagem que terá R$350 mil repassados pela prefeitura da cidade para cobrir a folha de pagamento dos quatro meses. O Operário, que estimou R$70 mil mensais para os pagamentos, está a procura de patrocinadores.
O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Waldir Acosta, informou durante a coletiva que a taxa cobrada pela corporação durante os jogos será retirada, caso o projeto seja aprovado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública). Calculando um efetivo de 50 homens, R$132 de cada um por jogo, o Estado economizará R$528 mil de taxa.
(Texto: Danielle Mugarte)