Percentual considera a última média de rendimento domiciliar per capita, divulgada pelo IBGE
Em Mato Grosso do Sul, 15,16% dos rendimentos dos trabalhadores ficam comprometidos com abastecimento de veículos à gasolina. O resultado considera o ganho mensal de R$ 1,8 mil, equivalentes ao Rendimento Nominal Mensal Domiciliar per capita, apontado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em seu último levantamento divulgado.
Sendo assim, para encher um tanque padrão para veículo de passeio, possuindo, em média 55 litros, seria necessário um desembolso de R$ 278,85, porém, tendo como padrão médio de consumo de 14 km por litro de gasolina, o que permitiria percorrer cerca de 770 km com um tanque.
“Ou seja, de cada R$ 100 ganhos pelo sul-mato-grossense, R$ 15,20 vai para encher o tanque de combustível de seu automóvel”, detalha o mestre em economia Eugênio Pavão, que ainda destaca que os gastos revelam um patamar elevado, quando considerada média mensal de renda no Estado, que atualmente é de R$ 1.839 mil.
O economista pontua que o percentual pode parecer ainda mais alto se for englobado profissionais como taxistas, motoristas de aplicativos, mototáxi e outros similares. “Contudo, se tirar esse grupo, possivelmente esse índice caia para algo próximo de 9% da renda. Podemos então dizer que está dentro da média nacional, caso ocorra aumento”, explica.
Outro ponto que, conforme Pavão, deve ser salientado é o fato de que Campo Grande tem uma frota de aproximadamente 620 mil veículos, o que representa aproximadamente em 38,47% da frota total de Mato Grosso do Sul.
“Número esse que vem crescendo e pode contribuir para o aumento de congestionamentos, o que faz com que o gasto aumente substancialmente”, finaliza.
Reflexo
Para os consumidores o cenário, entretanto, não é dos mais agradáveis, já que muitos concordam que os valores são altos e pesam no bolso, como é o caso do fotógrafo Henrique Theotônio, de 36 anos. “Abasteço por volta de R$ 150, por semana, o que, no fim do mês, dá R$ 600 e isso porque tenho tentado mudar alguns hábitos para tentar economizar no gasto da gasolina”, conta o rapaz.
Em contrapartida, o diretor do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso do Sul) garante que o Estado tem preços competitivos. “MS tem se mantido entre os cinco Estados com preços da gasolina menor. Ocorre que, além de termos uma concorrência acirrada, também o fator do governo estadual não ter alterado a alíquota do ICMS, em muito contribuiu para valores menores”, disse Lazaroto.
Média do Brasil
De acordo com o último dado divulgado (3º trimestre de 2022), o valor necessário para abastecer um tanque de 55 litros com gasolina comum correspondia a 6,8% da renda média domiciliar nacional. O rendimento domiciliar per capita para o Brasil foi de R$ 1.625.
Em um comparativo, nas capitais, o abastecimento com o mesmo volume de gasolina equivalia a uma fatia inferior da renda domiciliar (4,4%), contando com recuado 1,6 p.p. em relação ao trimestre anterior e 0,8 p.p., em relação ao mesmo trimestre de 2021.
Todavia, a pesquisa destaca que o volume de combustível consumido por veículos que trafegam nos grandes centros urbanos pode ser maior, levando em conta as maiores distâncias percorridas e a maior frequência de deslocamentos.
6ª gasolina mais barata dentro do cenário nacional
Apesar do contexto do cenário não ser dos melhores, Mato Grosso do Sul ainda aparece como 6º Estado com o menor preço para a gasolina, entre as 27 Unidades da Federação do Brasil. Considerando o valor máximo de cada Estado, MS conta com o valor de R$ 5,74, conforme levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
A pesquisa, que leva em conta a semana entre os dias 26 de fevereiro a 4 de março deste ano, indica o Estado pantaneiro com os seguintes números: preço médio a R$ 5,07, mínimo a R$ 4,75 e máximo R$ 5,74.
O diretor do Sinpetro- -MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, frisa que o cenário de competitividade de preços, em MS, não é novidade. “Esse fato tem se mantido há vários meses, em que nosso Estado tem se sustentado entre os primeiros com preços da gasolina menor.”
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado do MS.
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