“A chuva não nos permite trabalhar”, aponta secretário de obras sobre serviços públicos

Obras
Foto: Diogo Gonçalves e Denilson Secreta

Alto volume de chuvas de janeiro e fevereiro está prejudicando as ações de manutenção

O secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Domingos Sahib Neto, garantiu que a culpa do grande número de buracos nas vias de Campo Grande é das chuvas. Inclusive, o titular assegurou que a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) não está conseguindo nem mesmo realizar os seus cronogramas em razão do clima.

“A Sisep não está se furtando ao trabalho, infelizmente o clima está trazendo alguns prejuízos na programação dos nossos serviços, seja de tapa buraco ou de iluminação pública, de todos os serviços que são inerentes a nossa responsabilidade”, afirmou Neto durante entrevista ao programa “Tribuna Livre”.

Segundo ele, somente nos primeiros cinco dias de janeiro choveu 80% do previsto para todo o mês e, além disso, tem chovido praticamente todos os dias na Capital.

“O que nos prejudica, como o tapa buraco, a gente não pode fazer com chuva. Então essa é a situação, a gente vem já com um grande número de buracos e de alguns pavimentos que precisam de uma total substituição, mas isso, infelizmente, demanda muitos recursos e a prefeita tem buscado esses recursos, na medida do possível”, reiterou.

Na Capital, para atender às demandas do tapa-buracos, existe uma equipe para cada uma das sete regiões, que foram contratadas pela Sisep, e ainda três equipes que são da própria pasta, totalizando dez equipes para atender a demanda dos buracos. “O tapa-buracos é programado dentro do mês e todos os dias têm a programação a ser realizada, quando não se consegue realizar todo o serviço, logicamente, reprograma-se para o dia subsequente”, explicou.

Inclusive, nesta segunda-feira, segundo a Sisep, estava programada a operação em 29 ruas ou trechos da Capital, como na Rua Centro Oeste entre a Rua Balneário e a Ana Luiza de Souza, na região do bairro Pioneiros. Entretanto, o secretário explicou que eles vão aguardar passar este período de chuva e assim fazer uma programação para atender as demandas de toda a cidade.

A secretaria possui ainda uma equipe que atende demandas de queds de árvores na Capital. Conforme a pasta, geralmente, as demandas vêm do 156, telefone da Central de Atendimento ao Cidadão. Segundo a prefeitura, as equipes de atendimento estão preparadas para registrar as demandas e enviar aos órgãos responsáveis pela execução do serviço.

Rua José Antônio

Em relação à Rua José Antônio, ela está com a ponte no cruzamento com a Avenida Fernando Corrêa interditada desde o dia 31 de janeiro, por tempo indeterminado, em decorrência das chuvas que causaram o afundamento do solo. Ainda na entrevista à rádio, o secretário afirmou que foi feito um diagnóstico e que agora está sendo elaborado o projeto de obra.

“Após executado o projeto, vamos levantar os custos. Em paralelo estamos desenvolvendo os termos para contratação de emergência, que é uma porção de documentos para constatar a emergência e liberar a obra”, alegou.

O secretário falou ainda que a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) realiza um monitoramento do clima e dos pontos de alagamento, e que vão começar a fazer um estudo para evitar os problemas que são recorrentes nesta época do ano em Campo Grande.

Próximos verões

Em dois anos, o número de pontos críticos com risco de alagamento e inundações em Campo Grande cresceu 30,30%, passando de 33 em 2020 para 43 até janeiro de 2023, de acordo com a Defesa Civil municipal.

Já pensando nos próximos verões, o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Domingos Sahib Neto, revelou que um convênio está sendo formado com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

“Nós temos em ação um convênio com a UFMS onde vamos buscar esse estudo das bacias, dos maiores índices para tentar prever os locais onde haverá os maiores volumes de chuvas e onde têm os problemas de alagamentos, e a partir daí a gente vai tratar a drenagem como um todo”, informou.

Cabe relembrar que somente no mês de janeiro choveu 61% a mais de que o esperado em Campo Grande segundo informações do meteorologista Natálio Abrahão. Ao todo foram mais de 342 milímetros.

Já em todo o Estado, foram 303 milímetros, ao passo que o esperado era mais de 254,9 milímetros para o mês passado. Neste mês de fevereiro já choveu 99,3 milímetros.

Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS.

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