Criticado por suas escolhas na queda do Flamengo no Mundial de Clubes, Vítor Pereira apontou a arbitragem como um fator determinante na derrota por 3 a 2 para o Al Hilal, na noite de terça-feira (7), em Marrocos. De acordo com o treinador, o juiz romeno István Kovács minou os esforços rubro-negros no duelo semifinal.
“Vou dar a minha opinião. Mas a minha opinião é minha, não é? É minha. Nós nos preparamos para esse adversário, estudamos, percebemos as características. Agora, o que não nos preparamos foi para uma arbitragem que, no meu ponto de vista, foi uma arbitragem não ajustada a este nível de competição”, afirmou.
“A arbitragem desde o primeiro minuto foi condicionante na mostragem de amarelos, com falta de critério muito grande. Foi uma arbitragem provocatória, que enervou a equipe. Se não fossem a personalidade e o caráter dos jogadores, estou convencido de que acabaríamos o jogo com menos, com duas outras expulsões”, acrescentou Vítor Pereira.
Gabigol, David Luiz, Pulgar, Thiago Maia e Pedro receberam cartão. Gerson levou um por simulação de pênalti e outro ao cometer pênalti, sendo expulso no final do primeiro tempo. Do lado saudita, houve três advertências. Segundo o treinador rubro-negro, o romeno teve ainda “permissividade com as paradas, umas atrás das outras”.
Vítor Pereira reconheceu que a atuação do romeno “não explica tudo”, mas repetiu que “foi um jogo muito condicionado”. Na visão do português, o Flamengo era superior até o momento da expulsão, no lance que deixou o placar em 2 a 1 para o Al Hilal, no finzinho do primeiro tempo. Reagir com um atleta a menos no segundo ficou difícil.
“Na primeira parte, que me recorde, chegaram duas vezes, no pênalti no início e no pênalti no final. Portanto, 11 contra 11, fomos muito mais equipe, propondo o jogo. Não conseguimos traduzir em gols o que fizemos”, disse. “Estou convencido de que hoje, 11 contra 11, sairíamos daqui vencedores. Não tenho muitas dúvidas em relação a isso.”
Arbitragem à parte, o técnico foi questionado sobre algumas de suas escolhas, especialmente a substituição do talentoso meia Arrascaeta, que deu lugar ao volante Pulgar no intervalo. Com um jogador a menos, na visão do comandante, era necessário buscar algum equilíbrio no meio-campo para ter a chance de buscar o empate.
“Eu nunca tiraria o Arrascaeta no intervalo se estivesse em 11 contra 11. Nós temos uma equipe com uma propensão ofensiva muito grande, que se desequilibra defensivamente em alguns momentos. Os jogadores que equilibram a equipe são o Gerson e o Thiago [Maia], porque recuperam bolas, com capacidade física, de pressão”, afirmou.
Sem Gerson, o português decidiu sacar um de seus homens de frente, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol ou Pedro. “Se eu tivesse tirado o Gabigol, o que estariam a me dizer neste momento. Se eu tivesse tirado o Pedro, o que estariam a me dizer neste momento. Tive que tomar uma decisão, uma decisão que me custou muito tomar, mas estou aqui para isso.”
O meia Everton Ribeiro seria trocado mais tarde, aos 23 minutos da etapa final, dando lugar ao atacante Everton Cebolinha. Foi mais uma escolha criticada por parte do treinador, que viu o Al Hilal fazer 3 a 1 em seguida. Pedro diminuiu nos acréscimos, mas o Flamengo caiu e terá de disputar o terceiro lugar em Marrocos, contra o perdedor de Real Madrid x Al Ahly.
“É difícil encontrar palavras. Sonhávamos com este momento e não conseguimos alcançar nosso objetivo. Ele estão de parabéns, conseguiram neutralizar nosso jogo. Em dois lances na área, acabamos tomando dois gols e sofrendo a expulsão. Aí, realmente, ficou muito difícil. Agora, é levantar a cabeça. Vão vir críticas, mais um desafio para a gente passar por cima”, disse Ribeiro.
Já David Luiz, outro que reclamou bastante da arbitragem, lamentou mais uma derrota no Mundial. Em 2012, no Chelsea, ele perdeu a final para o Corinthians. “É muito triste, frustrante. Sonhamos uma vida para estar aqui e, de repente, com um árbitro que não está no nível da competição, somos minados em inúmeros aspectos do nosso jogo”, declarou o zagueiro.
Com informações de Marcos Guedes/Folhapress.
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