Na sua 65ª edição na noite deste domingo (5), o Grammy 2023, principal prêmio da música mundial, consagrou Beyoncé com a artista com mais estatuetas da história do evento e deixou Anitta, indicada como artista revelação, com as mãos vazias.
A americana superou o maestro George Solti e antes do fim da premiação arrematou estatuetas nas categorias gravação dance/eletrônica, com “Break My Soul”, melhor performance de R&B tradicional, por “Plastic Off the Sofa”, melhor música de R&B, por “Cuff It”, e melhor álbum de dance/eletrônica, por “Renaissance”.
Ela agradeceu ao prêmio de melhor álbum de dance/eletrônica com a voz embargada pela emoção. “Estou tentando não ficar emocionada, e só receber isso. Quero agradecer a Deus e ao meu tio Jonny, que não está mais aqui. Quero agradecer meus pais por me incentivarem, meu marido, minhas lindas crianças, e à comunidade queer por inventarem este gênero”, disse.
O recorde é simbólico para a cantora, e não só pelo marco. Beyoncé tem um histórico de ser esnobada pela premiação: ganhou uma única estatueta nas quatro categorias principais, por exemplo, com “Single Ladies (Put A Ring On It)” eleita como música do ano em 2010, e perdeu para Adele em 2017 com o elogiado “Lemonade”, considerado sua obra-prima.
A noite correu sem grandes surpresas —com exceção do prêmio de música do ano para Bonnie Raitt— com artistas que dominaram paradas, serviços de streaming e TikToks mundo afora sendo coroados. O primeiro deles foi Harry Styles, que levou o primeiro prêmio da noite –de melhor álbum pop vocal, por “Harry’s House”. “Foi a melhor experiência da minha vida”, disse no palco.
Um dos destaques foi a apresentação de “Unholy”, de Sam Smith e Kim Petras, que mais cedo haviam levado a estatueta de melhor performance pop solo ou grupo pela canção -a primeira dada nesta categoria a uma pessoa trans, Petras apontou. Quem introduziu os artistas foi Madonna, a quem Petras agradeceu pelo apoio à comunidade LGBTQIA+.
“Preparados para controvérsia? A todos os perturbadores, a coragem de vocês não passa despercebida. Vocês estão sendo ouvidos, vocês são apreciados”, disse Madonna. Smith cantou vestido de diabo, enquanto Petras dançava numa gaiola sob uma forte luz vermelha.
Outra vitória celebrada foi a de Kendrick Lamar, cujo elogiado “Mr. Morale & the Big Steppers” foi eleito álbum de rap do ano. “Acho que eu atingi algo próximo à perfeição com este álbum”. O rapper foi indicado a oito categorias neste ano.
Os brasileiros, no entanto, já haviam aparecido no evento. Na cerimônia prévia, o grupo de MPB Boca Livre ganhou o prêmio de melhor álbum de pop latino, com “Pasieros”, em que toca ao lado do panamenho Rubén Bladés.
Homenagens
Os artistas brasileiros Gal Costa e Erasmo Carlos, que morreram no ano passado, foram lembrados nos prêmios Grammy. A lembrança foi feita durante a tradicional parte da premiação que homenageia pessoas ligadas à indústria musical e morreram no ano anterior.
As fotos de Gal e Erasmo apareceram no telão depois que Kacey Musgraves cantou a música “Coal Miner’s Daughter”, de Loretta Lynn, que morreu em outubro de 2022, Quavo cantou “Without You”, música que fez para seu companheiro de banda, a Migos, Takeoff, e Sheryl Crow, Mick Fleetwood, Bonnie Raitt subiram ao palco.
Veja os ganhadores do Grammy 2023:
Álbum do ano
Harry Styles – “Harry’s House”
Gravação do ano
“About Damn Time,” Lizzo
Música do ano
Bonnie Raitt – “Just Like That”
Revelação do ano
Samara Joy
Melhor performance solo pop
Adele – “Easy on Me”
Melhor performance pop solo ou grupo
Sam Smith & Kim Petras – “Unholy”
Melhor álbum pop vocal
Harry Styles – “Harry’s House”
Melhor álbum dance/eletrônica
Beyoncé – “Renaissance”
Melhor álbum de rap
Kendrick Lamar – “Mr. Morale & the Big Steppers”
Melhor álbum de música urbana
Bad Bunny – “Un Verano Sin Ti”
Melhor música de R&B
Beyoncé – “Cuff it”
Melhor álbum de contry
Willie Nelson – “A Beautiful Time”
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