As investigações da Polícia Civil, por meio da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), constataram que Sophia de Jesus Ocampo, de 2 anos, foi morta horas antes de ser levada à UPA do Coronel Antonino.
No dia 26 de janeiro, Sophia foi agredida até a morte pelo padrasto, Christian Campoçano Leitheim, com o conhecimento da genitora Stephanie de Jesus da Silva. Ela morreu após sofrer um traumatismo raquimedular na coluna cervical. A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) segue aguardando o resultado dos exames que foram realizados no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legais), para confirmar se a criança foi violentada sexualmente.
De acordo com a delegada Anne Karine Sanches, a criança morreu entre nove e dez da manhã, entretanto só foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino por volta das 18h.
As investigações tiveram acesso ao aparelho celular do casal e puderam averiguar que eles arquitetaram formas de ludibriar a Polícia e evitar fossem ligados ao crime, como dizer que a criança havia caído em um parquinho. Na delegacia, a mãe disse que a filha estava passando mal e com a barriga inchada, pois havia comido muita maionese.
De acordo com a delegada, o núcleo familiar era reservado. Christian impedia que Stephanie tivesse contato com a família dela, portanto Sophia não recebia visitas. O casal chegou a mudar de casa para dificultar que Igor de Andrade, o pai de Sophia, tivesse acesso à criança.
Ocorrências
A criança já teria mais de 30 passagens por unidades de saúde da Capital. O pai da menina já havia inclusive registrado dois boletins de ocorrência, após notar marcas, hematomas pelo corpo da menina e em determinada situação com uma fratura na perna. Ele indicou como testemunha a avó materna da criança.
O primeiro foi arquivado por falta de provas. Conforme nota do MPMS, foi registrado, em janeiro de 2022, um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) por maus-tratos, na 10ª Vara do Juizado Especial Central e, na época, foram ouvidas pela Polícia Civil: a avó e a mãe da criança, que relataram não ter havido maus-tratos e que não havia interesse no procedimento criminal.
O casal são pais de um bebê, o qual será investigado se ele também sofre agressões, e o homem tem ainda um filho de 5 anos de outro relacionamento, mas que vivia com o casal. Ele deverá ser ouvido em depoimento especial para constatar se também sofria abusos e agressões.
Serviço:
Disque 180
O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.
Disque 100
Para casos de violações de direitos humanos, o Disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.
O canal envia o assunto aos órgãos competentes no município de origem da criança ou do adolescente.
Com informações de Mylena Fraiha e Camila Farias.
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