O juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, condenou a ex-vereadora de Campo Grande Magali Picarelli e sua ex-nora Aline Palma Padilha a pagarem mais de R$ 190 mil em multas por improbidade administrativa em caso de nepotismo. A informação foi divulgada pelo site O Jacaré.
Ambas foram denunciadas na Operação Urutau, feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) contra esquema de desvio de dinheiro público por meio de convênios com a Seleta e a Omep, em dezembro de 2016.
De acordo com a sentença, tanto Magali quanto Aline, cada uma, terão de pagar multa no valor correspondente a 10 vezes o valor da remuneração que recebiam no mês de maio de 2015 e indenização por danos morais coletivos fixados em R$ 20 mil. Assim sendo, considerano o salário na época da ex-vereadora, de R$ 15 mil, mais as multas, a soma gira em torno de R$ 190 mil.
Além disso, há ainda multa de dez vezes o salário de Aline Padilha e a correção monetária e juros de mora pela taxa Selic a contar a partir de maio de 2015.
Magali foi denunciada por usar o convênio com as entidades Omep e Seleta, contratadas com dinheiro destinado à educação infantil, para custear o trabalho da então mulher e ex-mulher do filho.
De acordo com a denúncia do Gaeco, Kamila e Aline foram contratadas pela Secretaria Municipal de Ação Social, mas acabaram cedidas para trabalhar no gabinete de Magali na Câmara Municipal. No entanto, segundo a investigação feita pela promotoria, as mulheres não compareciam para trabalhar no Legislativo e faziam parte da equipe de fantasmas bancada pelos convênios, além de configurar caso de nepotismo.
A então mulher do filho de Magali, Kamila de Souza Matos, foi inocentada das acusações, porque o Ministério Público não conseguiu comprovar o vínculo afetivo entre ambos, segundo
o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande.
Na época da cedência ao gabinete de Magali Picarelli na Câmara, Kamila Matos não tinha oficialmente grau de parentesco com a então parlamentar. Diferente de Aline, que foi esposa do filho de Magali, e o vínculo é considerado mesmo com o divórcio. Isso acabou livrando Kamila da condenação.
Já Magali e Aline, caíram por improbidade administrativa resultante de nepotismo e receberam as penas, “por ser comprovada a existência de vínculo de parentesco entre as requeridas”. (Com site O Jacaré)