As ações de combate ao mosquito Aedes Aegypti, por enquanto, estão enfraquecidas na Capital. Isso porque desde maio não tem o inseticida para realização do fumacê e o projeto Wolbachia que pretende neutralizar a transmissão da dengue, zika e chikungunya, utilizando o próprio vetor da doença, foi adiado pela terceira, com previsão de início apenas para maio do ano que vem. Apesar disso, o secretário da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), José Mauro Filho, afirmou que as medidas necessárias para evitar uma nova epidemia estão sendo tomadas. Ele explicou mais das ações durante a entrega da USF (Unidade de Saúde da Família) do Cohab, realizada nesta quinta-feira (12).
O secretário disse que a Sesau estuda a possibilidade de investir em tecnologia para auxiliar no combate do Aedes Aegypti na região sul da Capital. “Existem ainda novas possibilidades de tecnologia, mas a secretaria ainda está avaliando a necessidade de aporte de recurso. Estive em Brasília, há novas tecnologias com drones de avaliação de bairros por cima, vendo focos em residência que tem água parada, como piscina, então, estamos avaliando essa possibilidade também”, garante.
Até o momento, a Sesau está trabalhando na campanha de prevenção e sensibilização da sociedade em relação ao lixo e lugares que podem acumular água e ser um criadouro do mosquito. Entre as iniciativas, houve nesta semana, a “Ação Cidade Limpa” no bairro Caiçara, com o objetivo de recolher materiais inservíveis de grande volume. A pasta já deu início também as ações mecânicas, ou seja, visita de residências e pesquisas de focos.
Campo Grande enfrentou uma epidemia de dengue neste ano. Até o mês passado foram 39 mil casos notificados, 16,5 mil confirmados e oito mortes causadas pela doença. O mês que mais registrou casos da doença foi março, com 9,7 mil notificações e 8,5 mil casos confirmados. Os números altos se mantiveram no mês de abril, havendo um aumento nos casos de morte, com quatro a mais que o mês anterior.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acredita que para o verão de 2020, a população já vai contar com a vacina contra a dengue, em dose única. Essa vacina está sendo produzida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e já está na última etapa de testes.
Município vai manter serviços do NASF
Durante a entrega da reforma do USF do Cohab, o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, rebateu a informação de que os serviços prestados pelas 12 NASF (Núcleos de Apoio à Saúde da Família) de Campo Grande serão extintos. Ele explicou ainda que o governo federal continuará financiando os trabalhos. Segundo José Mauro, o que não haverá mais é a nomenclatura do programa e garante que a quantidade de núcleos podem ser ampliados na Capital, tendo em vista que o valor do financiamento será maior.
“Está sendo mal interpretada essa informação. O Ministério da Saúde vem com um novo projeto de na forma de financiamento da atenção básica que é o ‘Previna Brasil’, uma das formas de financiamento e que, inclusive, vai dar mais autonomia para o município investir aquilo que realmente precisa. Eles não estão deixando de custear, o que vai existir é a ampliação da assistência, nós vamos passar de 12 núcleos, provavelmente, para 15 ou 17 unidades que vão fazer o mesmo serviço, inclusive, com os mesmos profissionais”, assegura.
No entanto, profissionais que atendem nos NASFs estiveram discutindo o assunto em uma audiência pública que ocorreu na última quarta-feira (11) na Câmara Municipal. Eles temem o encerramento das atividades no programa. Inclusive, eles produziram um abaixo-assinado que totaliza mais de 4,6 mil assinaturas coletadas em apenas duas semanas. A portaria 2.979 que prevê uma mudança no modelo de financiamento da saúde foi publicada em novembro e entrará em vigor em janeiro de 2020.
(Texto: Rafaela Alves)