Operação desencadeada na manhã desta quarta-feira (11) pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual escancarou esquema da prefeitura de Vicentina, a 260 km da Capital, onde negócios e contratos com empresas de servidores eram firmados, com o uso de ‘laranjas’. Segundo o MPE, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Fátima do Sul.
Entre os locais averiguados pelas equipes estão, além da própria prefeitura de Vicentina, uma construtora com sede em Fátima do Sul, cidade onde integrantes da atual gestão municipal também tiveram a casa vistoriada. O Gaeco informou que uma quantia em dinheiro foi apreendida pelos promotores, mas não revelou o valor exato.
A operação, batizada como ‘Vila Brasil’, teve como objetivo apurar os crimes de associação criminosa, peculato, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e lavagem de dinheiro. De acordo com o MPE, as fraudes começaram em 2018, quando a prefeitura de Vicentina passou a celebrar acordos com empresas montadas em nome de terceiros, mas que, originalmente, pertenciam a servidores públicos. A prática é ilegal. “Essas empresas eram contratadas sem licitação ou com direcionamento, nos casos em que a associação criminosa não conseguia implementar a dispensa do certame”, diz a nota enviada ao O Estado pela Promotoria.
As investigações foram feitas entre Gaeco e Promotoria de Defesa do Patrimônio de Fátima do Sul. O nome da operação remete a como Vicentina era chamada antes de sua emancipação, em 1989.
(Texto: Rafael Ribeiro)