Jogadores do Irã cantam hino, e torcida se mistura entre vaias e emoção

Irã
Foto: Fifa

A seleção nacional de futebol do Irã voltou a cantar durante a execução do hino nacional do país antes de seu segundo jogo na Copa do Mundo do Catar contra o País de Gales nesta sexta-feira, após não ter cantado o hino no seu jogo de estreia no torneio no início desta semana em aparente apoio aos protestos que ocorrem no Irã.

A postura do elenco iraniano chamou a atenção de todos no estádio. Os torcedores, principalmente os nativos, caíram no choro nas arquibancadas do estádio Al Rayyan. A emoção, inclusive, tomou conta do local.

Na torcida do Irã no estádio foi possível ver mulheres que exibiam mensagens como “Libertem o Irã” e “Vidas femininas importam”. Uma torcedora levou a camisa da seleção com o nome de Mahsa Amini, jovem iraniana morta pela polícia do país, fato que levou à onda de protestos. Imagens mostram que ela foi abordada por um guarda do estádio Ahmad Bin Ali, que o pediu para guardar o item.

Os protestos geraram reações dos seguranças do estádio, que tentaram impedir que cartazes fossem levantados afim de reprimir as manifestações.

Quando o Irã perdeu para a Inglaterra, Carlos Queiroz, técnico da equipe iraniana, se irritou com os torcedores. Muitos se manifestaram politicamente, principalmente devido a falta de respeito ao direito a mulher. Elas, por sinal, estiveram em peso no estádio. Lembrando que elas são proíbidas de entrarem num ambiente esportivo em solo iraniano.

Na Quinta-feira (24), um dos jogadores mais famosos do país foi preso pela ditadura Iraniana, acusado de espalhar propaganda contra a república islâmica e tentar minar a seleção nacional da Copa do Mundo. Após os recentes protestos na maior competição futebolística do mundo, as autoridades iranianas reagiram com força mortal para reprimir os protestos que marcam um dos desafios mais ousados para os governantes clericais do país desde a revolução islâmica de 1979.

 

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