[Texto: Por Brenda Leitte, Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul]
Sesau recomenda a manutenção da prevenção e uso do item no grupo de risco e com comorbidades
Com o novo crescimento dos casos de COVID-19 no Brasil relacionados principalmente com a nova sublinhagem BQ.1 da variante ômicron e consequentemente em Mato Grosso do Sul, medidas de prevenção que haviam sido liberadas, como o uso de máscaras, estão voltando a ser consideradas pelos órgãos de saúde e a população.
Na Capital, somente na última semana foram registrados 127 novos casos da doença, e uma morte, no período de sete dias, conforme os dados do boletim epidemiológico da SES (Secretaria de Estado de Saúde).
No centro de Campo Grande, várias pessoas já recorreram às máscaras novamente. A equipe de O Estado esteve nas ruas para ouvir o posicionamento da população quanto à retomada da velha prática.
Para a aposentada Nilce Maria, 67, as máscaras são suas companheiras desde a chegada do novo coronavírus ao Estado, em 2020.
“Nunca peguei COVID, porque me cuido com todos os recursos possíveis. Álcool gel, ficar em casa, usar máscaras, e a vacinação em dia”, pontuou ela.
A idosa também contou que tem um filho com síndrome de Down, o que intensifica ainda mais os cuidados, principalmente ao sair de casa.
“Ele é muito sensível, então todo cuidado ainda é pouco. Este vírus é algo tão sério, ainda mais agora com essa nova variante, que não sabemos como é, como ela reage nas pessoas. Sempre usamos máscaras, eu e ele, e assim vamos continuar. Nossa vida é muito valiosa”, reforçou.
Mesmo que o número de pessoas utilizando máscaras nas ruas tenha aumentado visivelmente, ainda é comum o uso inadequado do acessório. Máscaras no queixo, penduradas apenas em uma orelha ou sendo seguradas nas mãos seguem no cotidiano dos brasileiros.
Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), por enquanto não há nenhuma deliberação quanto ao retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras. Contudo, de acordo com o secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, principalmente para os grupos de risco ou quem esteja com sintomas o uso é recomendado.
“As pessoas devem continuar mantendo as medidas de prevenção, entre elas o uso de máscara. Sobretudo pessoas com comorbidades e que pertençam aos grupos de risco, além de pessoas com sintomas”, pontuou ele.
Em contrapartida, na última quinta-feira (10), a Santa Casa de Campo Grande divulgou em nota o posicionamento quanto à retomada do uso obrigatório de máscaras no complexo hospitalar.
Ficou decidido, pelo Comitê de Gerenciamento de Crise do hospital, as máscaras cirúrgicas para todos os funcionários, e para visitantes e acompanhantes podendo ser a de tecido.
“O uso é obrigatório em qualquer ambiente da instituição, em razão do aumento de casos de H1N1 e da previsão de aumento de casos de COVID19.” A decisão foi tomada para prevenir contra a disseminação de novos casos e reduzir o absenteísmo, começando a valer a partir da última sexta-feira (11).
Cuidado nas salas de aula
No ambiente educacional, embora muitas escolas e universidades do Estado ainda não tenham se posicionado quanto ao cenário, no Rio de Janeiro universidades já estão recomendando a volta do uso de máscaras em suas dependências para reforçar a proteção contra a nova subvariante do coronavírus.
Segundo o Painel COVID-19 da SES (Secretaria de Estado de Saúde) do Rio de Janeiro, foram registrados em 24 horas 2.079 casos da doença e cinco mortes, com aumento em relação à semana anterior.
Friocruz já sinaliza aumento de infecções em 4 estados do país
Divulgado na última quinta-feira (10), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz sinaliza para o aumento nos casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) com resultado laboratorial positivo para Sars CoV-2 (COVID-19) na população adulta de Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. Nos estados citados, o sinal se crescimento é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos até o
momento.
Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes a exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos. Contudo, pontua que o cenário ainda deve ser maior que o citado na pesquisa pela demora que alguns estados possuem em atualizar as informações no sistema.
“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, é esperado que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nesta atualização, podendo inclusive aumentar o número de estados em tal situação”, explica o pesquisador da Fiocruz.
Referente à Semana Epidemiológica 44, período de 30 de outubro a 5 de novembro, a análise tem como base os dados inseridos no Sivep-Gripe (Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe) até o dia 7 de novembro.