O embate Bolsonaro x Lula na Casa de Leis desta quinta-feira (20), esquentou e palavras tiveram que ser retiradas dos registros da Casa a pedido do presidente Carlão (PSB), devido os ânimos terem esquentado durante a fala da vereadora e deputada federal eleita do PT, Camila Jara.
A vereadora trouxe o corte para investimentos no combate à exploração e ao abuso de crianças em 2023, e lembrou na sua fala sobre o episódio do presidente Jair Bolsonaro (PL), em relação a meninas de 13 anos da Venezuela, em que ele teria dito “Pintou um clima” e o tema viralizou nesta semana no país.
“Aconteceu e acontece que nossas crianças estão em perigo no orçamento 2023 enviado pelo presidente Jair Bolsonaro para o Congresso nacional apenas R$ 15 milhões foram destinados ao combate contra o abuso das nossas crianças, este orçamento já foi superior a R$500 milhões. O presidente está com o medo de ser punido contra o crime de pedofilia, em relação a sua fala “Pintou um clima” devemos tratar nossas crianças com respeito no nosso país. Os vereadores desta Casa que o apoiam deveriam ter vergonha na cara “, ressaltou a vereadora Camila Jara.
No mesmo momento, o presidente Carlão reagiu pedindo que acalmassem os ânimos. “Todos os excessos devem ser investigados e devem ser investigados pela justiça”, ponderou Carlão.
O vereador Loester (MDB), usou a palavra e também pediu respeito. “Chegar aqui e agredir o Bolsonaro é falta de respeito com os que votem no Bolsonaro, mas respeitem quem vota no Bolsonaro, porque sou Bolsonaro e voto com consciência” defendeu o MDBista.
O tema repercutiu e o vereador Gilmar da Cruz (Republicanos), também se manifestou em favor ao presidente atual. “Quero parabenizar por sua fala vereadora, mas não aceito a fala sobre que os que votarão no Bolsonaro devem ter vergonha na cara. O Ayrton tem o direito de votar em quem quiser, mas, porém, temos que respeitar a liberdade de expressão e liberdade de votar no que é melhor para o nosso país. Muitos que estão nos assistindo agora, pessoas de bem, se sentem ofendidos por algumas falas. Se porventura puder, eu gostaria que retirasse a fala que os “vereadores tenham vergonha na cara””, pediu Gilmar.
O presidente da Casa de Leis apoiou o colega e pediu que a Camila pudesse retirar a palavra e evitar palavras pesadas durante seus discursos. Defensor da democracia, Carlão aceita que as idéias sejam exploradas, mas pediu respeito.
Ayrton Araujo defendeu a companheira (PT) “A fala da nossa companheira Camila fala da escolha de cada parlamentar de apoiar o 13 ou 22, todos temos direitos de apoiar quem é melhor para nós. 80% desta casa apoiam o 13 e os outros 20% o 22, o que não podemos fazer é deixar esses candidatos que querem entrar, entrar sem planos de governo a nossas crianças. Estou há 3 mandatos e nunca faltei com respeito nesta Casa, e ela não faltou com respeito. Eu tenho vergonha em votar no Bolsonaro e quero parabenizar aos que votam no 13, eu sou 13”, finalizou Ayrton Araújo. (PT)
A vereadora voltou a fazer o uso da palavra após o pedido de colegas e do presidente que as palavras exacerbadas fossem retiradas de sua fala inicial e concluiu: “É triste que o termo vergonha, cause mais indignação do que ouvir o presidente dizer “sentiu um clima” com garotas de 14 anos, e posso pedir para retirar o” os meus colegas tenham vergonha, pode retirar este termo. Eu Camila Jara teria vergonha que apoio a família tradicional brasileira e achar normal o presidente falar que é normal sentir um clima, somado a isto ele é o presidente que cortou as verbas do combate à exploração infantil e isto ficará registrado nos anais da história para sabermos quem apoia quem”, pontuou Jara.
Após longo debate sobre a preferência política que no próximo dia 30 será definido quem presidirá o país, o vereador Gilmar da Cruz agradeceu a postura da petista. “Quero agradecer a vereadora Camila Jara que a palavra que todos os vereadores devem ter vergonha na cara e reconheceu em tirar e acho que todos devem ser respeitados. Eu não quero falar sobre o ex-presidente Lula, e muitos nos MS votaram ao Bolsonaro e agradeço a humildade da vereadora em retirar a palavra tão agressiva”, finalizou.
A insatisfação ao ataque ao Bolsonaro, ainda permaneceu na palavra de Sandro Benites (Patriota), “Eu tenho vergonha quando um grupo ou uma parcela apoia um ex presidiário que quebrou o nosso país e uma parcela quer colocar novamente um lobo na frente a um galinheiro, e eu tenho vergonha, quando querem eleger um homem que falou ter vergonha de mulher de grelo duro, e isto não gerar nenhuma indignação. Vou tentar explicar o que o presidente Bolsonaro tentou falar. Era um grupo de meninas se prostituindo vinda da Venezuela e por que isto existe? Onde a esquerda põe o pé, há vergonha, e quem apoia este regime acha bonito. Vá na Venezuela e infelizmente a teoria da esquerda é linda, mas não funciona, isto em relação ao nosso presidente.” repudiou Benites.
Após longo tempo de embate o assunto foi finalizado.
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