As obras do Reviva Centro terminaram e com isso o ânimo dos empresários e proprietários de edifícios nas proximidades aumentou. Segundo especialistas consultados pelo Jornal O Estado, falar em uma retomada financeira e de custos é fundamental após os anos de declínio dos preços dos imóveis da região e muitos apontam um crescimento de até 80%. Mesmo assim, os avanços serão ainda mais visíveis nos próximos meses, onde obras de reformas devem ganhar cada vez mais espaço, o que deixa também, a arquitetos e trabalhadores do setor muito esperançosos de cara ao futuro.
Para o corretor de imóveis, Waldemar Guimarães, as obras trarão uma valorização de entre 50% a 80%. Ele estimou ainda que os imóveis que outrora csutavam R$ 1 milhão na área do Reviva, atualmente custam entre R$ 2 a 5 milhões. “Ainda é cedo para falar em um valor cheio de valorização em reais, mas acredito sim que a retomada será de no mínimo 50% chegando aí aos 80% dependendo do imóvel”.
Segundo o presidente do SINDIMÓVEIS-MS (Sindicato dos Corretores de Imóveis de MS), João Araújo, o momento é de comemoração e para ele a valorização será de no mínimo 20% nos primeiros meses. “No mínimo de 20%, mas difícil falar de valores percentuais neste momento, pois o projeto foi entregue agora e quem tem imóvel, não vai querer vender. Os pontos comerciais valem ouro, quem tem vai pedir o valor que achar que corresponde. Todo mundo estava segurando porque sabia das melhorias e da valorização posterior. As ruas mais valorizadas são a 14 de julho e a 13 de maio, entre a Afonso Pena e a Marechal Rondon, ali os valores certamente vão dobrar”, afirmou.
Por outro lado, Marcos Augusto Netto, presidente do Secovi-MS, (Sindicato de Habitação de MS), pontua que as obras são apenas o começo do trabalho que ainda precisa ser realizado na região para que o comércio volte a ser o que outrora foi. “Estamos no caminho, o Reviva foi o primeiro passo após anos de luta para que fosse concretizado. Os imóveis vão valorizar, isso é algo muito positivo, mas também precisamos dar atenção às obras do entorno, já que isso também influencia na valorização, como, por exemplo, as obras da antiga rodoviária e a economia no geral, não basta ter lojas bonitas e uma economia que não acompanha”, declarou.
O presidente Dirson Artur Freitag, do Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso do Sul), afirma que as obras trouxeram nossos ânimos para os novos investidores.
“Há um ambiente favorável ao investimento, o que coloca o setor da engenharia dentro de um mercado com várias possibilidades. Então, temos um investimento que dará lugar a muitos outros investimentos, é perceptível quando temos um investimento do setor publico ele mexe coma estrutura e isso gera novos ânimos aos investidores. Quem deixou aqueles pontos, certamente se tivessem que voltar, teriam que pagar um valor maior do que pagaram antes”, opinou.
Obras merecem especial atenção
Com um ambiente propenso a novos investimentos e reformas, o Gustavo Shiota, vice-presidente da Acomassul (Associação dos Construtores de Mato Grosso do Sul), pontua que os empresários precisam de atenção para algumas regras que precisam ser levadas em conta antes de iniciar qualquer obra. “A região central, principalmente a 14 e a Calógeras estão em uma zona especial de interesse cultural, por isso, qualquer intervenção no prédio deverá respeitar regras específicas que envolvem preservação e a não descaracterização da fachada, por exemplo. As regras são específicas para cada edifício, alguns também, não terão nenhuma restrição especial, além das já convencionadas em lei de uso do solo. E outras que, como disse, devem preservar as características gerais da fachada e dos revestimentos. Portanto, antes de qualquer ação é importante o empresário consultar um profissional, que será responsável por fazer este levantamento junto aos órgãos de fiscalização como PLANURB, Prefeitura e Iphan, por exemplo”, finalizou.
Contratos de aluguel na mira do aumento
Segundo Dirson Artur Freitag, presidente do Crea-MS, após o período vigente da cláusula contratual, certamente quem aluga algum ponto comercial no Centro da cidade, terá que desembolsar um pouco mais, porém, pontua que tudo poderá ser acordado com os proprietários de cada imóvel. “Para aqueles contratos que já existem terão que manter, mas na hora de realugar certamente os valores serão maiores, embora os proprietários não possam aumentar conforme o percentual de valorização, existem cláusulas contratuais”, explicou.
(Texto: Michelly Perez)