Enfermagem convoca assembleia geral na próxima quarta-feira em Campo Grande

Enfermagem
Foto: divulgação

Por Brenda Leitte 

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter suspensa a aplicação do piso salarial do setor de enfermagem no Brasil até que sejam feitos cálculos sobre as maneiras de financiar a nova lei. Com o voto do ministro Gilmar Mendes, o placar ficou em 6 a 3. Enfermeiros de Campo Grande mostram insatisfação com a decisão e ontem (16), o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) emitiu um edital de convocação da assembleia geral programada para o dia 21 de setembro,
próxima quarta-feira, com duração de 24 horas.

Segundo o documento enviado a O Estado, a assembleia possui a finalidade de discutir sobre a retomada das negociações salariais para o período de 1º de maio de 2022 a 30 de abril de 2023, inclusive sobre o piso salarial. Além disso, também devem ser apresentados os encaminhamentos da categoria, caso não seja apontada a fonte de custeio para as instituições privadas, assim como os encaminhamentos da categoria, caso o piso salarial não seja implantado nas instituições privadas, visto que não dependem de verba pública, bem como outras demandas da categoria.

Para o jornal O Estado, Helena Delgado, vice-presidente do Siems, destacou que nenhum trabalhador poderá ser punido por participar do movimento, que deve contar com a participação de todos os hospitais da Capital. “Vamos fazer uma assembleia permanente, com duração de 24h, nesse intervalo estaremos dedicados a apenas fazer a assembleia com os trabalhos, fazer uma escala de greve, caso seja necessária, e montar os comandos de greve e os direcionamentos que vamos dar se não sinalizarem as fontes de custeio e a implantação do piso nos hospitais privados, nosso departamento já fez o comunicado ao sindicato patronal e sempre frisando que nenhum trabalhador pode ser impedido de participar do movimento, não pode ser demitido nem punido por participar”, destacou ao jornal O Estado.

Cabe lembrar que a votação ocorreu em uma ação proposta pela Confederação Nacional da Saúde, a CNSaúde, que questiona a constitucionalidade da lei que definiu os valores mínimos dos salários para esses profissionais.

O Coren-MS (Conselho de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) lamentou, em nota, a decisão do Supremo e informou aos 29 mil profissionais – enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem – que o Sistema Coren/Cofen não desistirá de tornar efetivas as ações de implementação do piso salarial, por meio da cobrança ao Senado, pela fonte de recurso.

Indignada com a decisão do STF, a jovem enfermeira Gabrielli Almeida, de 23 anos, diz que o “desânimo é grande” quanto à profissão. “É frustrante ver anos de luta da nossa classe e que ainda assim, depois de tantos anos, não temos o reconhecimento que merecemos. É inacreditável, que após um período de pandemia, como o que vivemos e, de certa forma, ainda estamos vivendo, profissionais da área da saúde tenham de ver seus direitos ‘indo pelo ralo’, após ter sido uma das profissões que mais lutaram pela vida do povo”, ressaltou a enfermeira.

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