O leilão da última rodada de aeroportos no governo de Jair Bolsonaro (PL) ocorre nesta quinta-feira (18) e a disputa pelo aeroporto de Congonhas, a joia da coroa, deverá ter apenas um interessado –o grupo espanhol Aena, que já atua no Nordeste, foi o único a entregar proposta.
O prazo para envio dos envelopes com os lances iniciais terminou nesta segunda-feira (15) e, segundo pessoas que acompanharam o processo, a CCR desistiu –um revés na sinalização dada ao governo, que apostava na vitória do grupo brasileiro.
Para levar Congonhas, em São Paulo, o vencedor terá de arcar com investimentos de quase R$ 6 bilhões ao longo de 30 anos (prazo da concessão), sendo R$ 3,3 bilhões somente nesse aeroporto.
Isso porque Congonhas lidera um bloco com outros aeroportos: Campo Grande (MS), Corumbá (MS), Ponta Porã (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG). Não é possível adquirir somente um deles e os compromissos são para o bloco.
A lógica dos blocos é unir o chamado filé com o osso. Ou seja, o desenho juntou um aeroporto mais movimentado (Congonhas) com terminais menores que, se fossem leiloados sozinhos, talvez não atraíssem investidores.
Técnicos do Ministério da Infraestrutura afirmam que os espanhóis da Aena se mostraram bastante interessados pelo bloco liderado por Congonhas desde que o projeto foi apresentado ao mercado.
Disseram-se, no entanto, surpresos com a possível desistência da CCR. Apesar disso, esses assessores ainda não sabem se o grupo brasileiro apresentou propostas para outros blocos ou em consórcio.
Também chamou a atenção do governo a entrega da proposta da XP Investimentos com a operadora francesa Egis pelo bloco de aviação regional formado pelos aeroportos de Campo de Marte (SP) e de Jacarepaguá (RJ), ambos voltados à aviação executiva.
Com informações da Folhapress, por JULIO WIZIACK