O plantio de soja no Brasil na safra 2019/20 avançou nesta semana para 77,3% da área total estimada, um crescimento de 6,4 pontos percentuais ante a semana anterior, de acordo com dados da consultoria Arc Mercosul divulgados nesta sexta-feira.
Em meio a chuvas mais escassas, os trabalhos seguem em ritmo mais lento ante o mesmo período da safra passada (89,6%) e versus a média histórica para a época (80,5%).
Com o plantio na fase final em Mato Grosso e Paraná, as atenções se voltam para o Rio Grande do Sul, que forma com os outros dois Estados a trinca dos três maiores produtores da oleaginosa do Brasil.
No território gaúcho, o plantio avançou para apenas 38% da área projetada nesta semana, ante 67,8% no mesmo período do ano passado e 52% da média histórica, disse o diretor da Arc Mercosul, Matheus Pereira.
Ele explicou que o Rio Grande do Sul teve há algumas semanas excesso de chuvas, o que afetou a largada dos trabalhos, e mais recentemente ficou seco, o que prejudicou as atividades nesta semana.
A consultoria notou preocupações com o tempo seco do sul de Mato Grosso até o norte de São Paulo, nesta semana.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz Pereira, a maior preocupação, por ora, é com o plantio da segunda safra de milho, semeada após a colheita de soja.
“Houve problemas pontuais na soja, no Paraná alguns municípios tiveram replantio grande, mas não vemos isso afetar tanto a produção final de soja”, declarou.
Segundo o presidente da Aprosoja, com o atraso na soja e consequentemente no milho, o cereal poderá ser plantado em algumas áreas fora do zoneamento climático, o que pode deixar parte da cultura sem seguro agrícola.
(Texto: Reuters)