O dólar deve se manter no patamar de R$ 4 no próximo ano, segundo expectativa do presidente do Conselho de Administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Thadeu de Freitas. Na avaliação do economista, o valor do dólar está bom para o comércio exterior.
“Hoje, o Brasil está bem. A inflação está baixa e a alta do dólar vai trazer pouca pressão inflacionária, só um pouco. Vai sair de 3,2% para 4%. Não é nada. O importante é que o dólar está em uma posição muito boa e o comércio vai poder exportar bastante. Para nós do comércio exterior é muito bom. Nunca vi o dólar subir em momento fácil. Hoje, nosso país está muito bem em termos de atividade em termos de inflação. Agora, o dólar está subindo um pouco. Acho que vai ficar em torno de R$ 4. Este ano deve chegar em R$ 4,20. No próximo ano, deve ser R$ 4, no mínimo. Virou um novo patamar”, disse em palestra no Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex) 2019, no Rio de Janeiro.
Para Carlos Thadeu, que também é chefe da Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a perspectiva é de que não haja nova queda na taxa de juros. Ele acredita que há possibilidade até de uma alta no ano que vem. “A expectativa é de o IPCA fechar o ano em torno de 4%, e para o ano que vem isso vai cair mais um pouco no último semestre. Até lá, não há alternativa [para baixar os juros], a não ser que o Banco Central possa vender mais dólar físico (reservas), mas isso só em casos excepcionais”, disse.
Carlos Tadeu não vê necessidade de interferência do Banco Central vendendo dólar. “Vender dólar para quê? O país está bem. Essa área de R$ 4 ou R$ 4,20 é muito boa para o Brasil também. Deu muita sorte, porque como hoje tem baixas taxas inflacionárias, o dólar poderia cair um pouco mais. [O dólar] Não estar caindo é bom para o Brasil”, disse.
O presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antônio Mello Alvarenga, destacou que é preciso ter estratégia para o mercado externo, com mais investimentos em inovação e tecnologia, diante de consumidores cada vez mais exigentes. “Eles querem cada vez mais produtos sustentáveis. Precisamos atender essas demandas”, disse.
(Texto: Agência Brasil)