Por Bruna Marques – Jornal O Estado MS
No Brasil, a média de novos casos de câncer bucal é de 11 mil em homens e 4 mil em mulheres, por ano. Os números, levantados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), apontam que, a cada 100 mil homens, 10 casos surgirão da doença; e a cada 100 mil mulheres, pouco mais de 3, elevando a doença ao topo entre os mais frequentes tipos de cânceres.
Também conhecido como câncer de lábio e cavidade oral, o tumor maligno pode afetar lábios, gengivas, bochechas, céu da boca e língua. “Mais comum em homens acima de 40 anos, a maior parte dos casos é diagnosticada em estágio já avançado e o tratamento merece atenção”, afirma o professor de Odontologia da Uniderp Luiz Fernando Maziero.
Entre os fatores que contribuem para o surgimento do tumor, o especialista destaca o tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, exposição ao sol sem proteção, excesso de gordura corporal, o contato constante com amianto, fuligem de carvão, bem como poeira de madeira, couro, cimento e cereais, além de infecção por papilomavírus humano (HPV).
“Não ignorar qualquer anormalidade é o primeiro passo. Vale observar se há lesões ou qualquer tipo de ferida que não cicatriza na região, manchas avermelhadas ou esbranquiçadas, nódulos ou rouquidão persistente”, alerta o especialista.
Em casos mais avançados, Luiz Fernando destaca que dificuldades na fala, na mastigação ou na movimentação da língua devem ser relatadas ao médico de imediato. Hábitos saudáveis são como aliados na prevenção Hábitos saudáveis é um grande aliado contra inúmeras doenças, sejam elas cardiovasculares ou respiratórias e o câncer não está fora desta lista.
Confira abaixo quais práticas podem te auxiliar.
- Manter a higiene bucal;
- Ingerir alimentos ricos em vitaminas e minerais, principalmente vitamina C;
- Evitar o consumo de fumo e de álcool;
- Consultar regularmente um dentista;
- Equilibrar o peso corporal;
- Usar preservativo na prática do sexo oral.
O autoexame é um método de acompanhar como está a saúde bucal. Por meio dele, é possível observar mudanças na aparência dos lábios e da parte interna da boca.
Ainda assim, a análise de um profissional não deve ser descartada, enfatiza Maziero. “Mesmo sem aparente sintoma, a visita periódica a um cirurgião-dentista é fundamental para tranquilizar o paciente e garantir que o carcinoma seja tratado ainda no estágio inicial, caso identificado nos exames clínicos, após a consulta. Há diversas doenças comuns que podem ser identificadas por cirurgiões-dentistas, como diabetes, cirrose hepática, sarampo, tuberculose, entre outras patologias orais”, conclui.
Em casos de diagnóstico positivo, deve-se partir para tratamento e possível cirurgia. A avaliação médica é que determinará a melhor forma de tratamento e cerca de 80% dos casos, se acompanhados, têm cura.
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