A Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal de Campo Grande, discutiu redução dos impactos causados pelo descarte dos resíduos orgânicos e inorgânicos na Capital.
A Audiência Pública realizada reuniu autoridades e especialistas em engenharia ambiental e outras áreas relacionadas ao tema.
“A questão do resíduo está virando mais que um problema, mas uma solução. Hoje, cooperativas de catadores vivem desse resíduo. Mas, precisamos otimizar ainda mais sua utilização. O problema da geração de riqueza passa, necessariamente, pelo consumo. Mas, temos que desenvolver o consumo responsável. Produzimos, consumimos e descartamos. O ciclo não fecha. Quando se fechar, o consumo vai ser solução de problema”, propôs o vereador Prof. André Luís (Rede), proponente do debate.
“A parte do reaproveitamento de resíduos fecha o ciclo perfeito, e o consumo passa a não ser problema. Temos que focar, hoje, século 21, no reaproveitamento total daquilo que produzimos. Fechamos o ciclo de consumo e reaproveitamento. Assim, o impacto na natureza será zero. Todas as pessoas podem participar”, completou.
Membro do Conselho Nacional de Saúde e presidente da Associação Pestalozzi de Campo Grande, a advogada Gyselle Saddi Tannous alertou sobre os riscos do descarte irregular e do não aproveitamento dos resíduos.
“O lixo que estamos produzindo e deixando na natureza, teremos, no futuro, reflexos importantes. Precisamos refletir hoje qual é o futuro que queremos. Se não houver agora uma ação, sofreremos com essas consequências. Temos que tratar de forma multisetorial e que possamos fazer, agora no presente, nosso futuro melhor”, projetou.
A professora Karina Ocampo Righi-Cavallaro, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), destacou que Campo Grande produz, mensalmente, 22 mil toneladas de resíduos, gerando um custo de cerca de R$ 3,3 milhões para o poder público dar a destinação correta. Metade dessa quantidade é composta por resíduos orgânicos.
“Temos uma média que é pago 300 reais por tonelada para a empresa enterrar nossos resíduos. Estamos gastando para enterrar resíduos orgânicos, os quais a gente deveria estar devolvendo ao ciclo natural, para o solo, para a produção de alimentos”, observou.
De acordo com a especialista, o poder público não desenvolve ações concretas e duradoras para garantir a destinação do lixo produzido nas casas.
“A cidade tem apenas ações pontuais quando a gente pensa em reaproveitamento dos resíduos orgânicos. Temos praticamente inexistência de ações do poder público de Campo Grande. A grande maioria são ações de empresas privadas. Precisamos urgentemente mudar nossa postura em relação aos resíduos, pois nosso meio ambiente está pedindo socorro. Cada um é responsável. Você precisa separar recicláveis e orgânicos e, assim, teremos soluções”, analisou.
A educadora ambiental da Solurb, Mara Calvis, destacou que a empresa tem desenvolvido ações de conscientização para a população.
“Ninguém conscientiza ninguém. A consciência é da pessoa. Nós levamos informações, mostramos como participar, pois somos geradores desses resíduos residenciais. Sustentabilidade é destinar corretamente o resíduo reciclado para gerar rendas às famílias que dependem dele”, disse a representante da empresa responsável pela coleta na Capital.
Com informações da Câmara
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