População acumula prejuízos e questiona falta de funcionários da prefeitura em trechos interditados
As obras na Av. Calógeras devem ser finalizadas apenas em janeiro do próximo ano, segundo a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), enquanto isso os empresários da região seguem sendo os mais atingidos pelos problemas que a obra tem provocado, principalmente com as interdições no trânsito.
Além disso, com parte das ruas fechadas, motoristas precisam adentrar os bairros para conseguir chegar a seu destino e, sem equipes trabalhando no local, a população questiona qual o motivo da rua permanecer interditada e quando a obra será finalizada de fato.
Segundo Rudi Fiorese, titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), as obras seguem o cronograma. “Devemos entregar no início do próximo ano”, pontuou.
O jornal O Estado percorreu a Avenida Calógeras na tarde de ontem (30), e conversou com a população para entender como estão as expectativas relacionadas às obras. Para motoristas e comerciantes a reclamação é unânime, a demora para terminar o projeto.
Próximo à Avenida das Bandeiras, o alinhador técnico Elias José, 58, revelou sua insatisfação em ver o trecho interditado e nenhuma pessoa trabalhando no local.
“Eu não consigo entender, já faz duas semanas que está interditado essa parte aqui e dá uma olhada agora, não tem ninguém trabalhando e isso atrapalha todo mundo, porque a pessoa sai de casa, imaginando o caminho que vai pegar e vê tudo fechado em uma obra parada. Talvez quando terminar fique bom, apesar de eu não entender o que é essa obra”, disse Elias.
No mesmo local, Osnildo Farias, 43, tem um restaurante há poucos metros da obra e destacou que já cansou de brigar por conta dos prejuízos que teve em seu estabelecimento, ele conta que teve uma queda de 20% no atendimento por conta da obra.
“Eu já passei muita raiva aqui, pois como eu mexo com alimentos e não pode ter poeira. Foi um transtorno danado, cheguei até dizer que procuraria o Ministério Público, porque é um desrespeito uma coisa dessas com a gente, a demora é muito grande, eles vem abrindo um monte de buraco, colocam só dois homens para trabalhar e vão deixando o transtorno para trás”, afirmou Osnildo.
Subindo a avenida, entre as ruas Santa Dorotheia e 18 de Setembro, o problema parecia ainda maior, todo o lado direito da rua estava interditado e grande parte do comércio estava de portas fechadas, o cenário é de caos, para quem trabalha na região e para os motoristas que trafegam por esse trecho.
Em uma loja de produtos veterinários, o gerente Paulo Henrique Silva, 50, conta que até então, não tem conhecimento exato do que se trata a obra, que a loja passou por um aperto no mês de maio pelo fato de não conseguir entrar com o caminhão para descarregar as mercadorias.
“No mês de maio, nós estávamos em pleno mês de vacinação contra a aftosa e, no meio disso tudo, não tem como passar nada aqui, a nossa sorte é que temos estacionamento e que está fechado só o lado de lá, porque se fechar aqui não tem como trabalhar. Nós não temos informação nenhuma de tempo que ainda irá demorar para terminar a obra, mas já está mais do que na hora”, explicou Paulo.
Em outro trecho próximo da Avenida Salgado Filho, o efeito das obras citadas anteriormente respingou nos comerciantes, que explicaram que as vendas, que já não estavam boas desde o início da pandemia, ficaram ainda piores, já que os clientes preferem evitar as vias com obras.
De acordo com as proprietárias da Casa Ferreira, o grande problema se concentra também no tempo que sempre se estende. “O comércio já não estava indo muito bem, aí eles inventam essas obras que levam muito tempo para acabar, o pessoal que passava aqui pela Calógeras agora evita pegar esse caminho por causa disso o que acaba prejudicando ainda mais as nossas vendas”, finalizam.
Conforme já noticiado pelo jornal O Estado, a previsão é de que as obras do Reviva Campo Grande sejam entregues no aniversário da Capital, dia 26 de agosto. A prefeitura informou que 70% das obras que estão sendo realizadas no centro da cidade já estão concluídas e o projeto segue em ritmo acelerado caminhando para o seu fim. As obras de revitalização da Avenida Calógeras foram iniciadas com a implantação do primeiro trecho dos 2.631 metros de drenagem, projetados para toda a extensão da via. Além disso, o projeto prevê a execução de 3,5 km de recapeamento, abrangendo toda extensão da Calógeras, implantação de 1.540 metros de ciclovia, corredor do transporte coletivo, além de cinco estações de embarque e desembarque. A avenida integra o Corredor Sul do transporte coletivo, ligação do centro da cidade, a partir da Avenida Mato Grosso, com o terminal Morenão.
Com a ciclovia, os ciclistas poderão trafegar com mais segurança desde o aeroporto internacional, e, no futuro, chegar até a entrada das Moreninhas.
Texto: Camila Farias – Jornal O Estado MS.
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