Obi-Wan e Darth Vader se amam, diz diretora de série sobre jedi

Obi-Wan
Foto: Reprodução

Obi-Wan é um grande mentiroso. Ao menos, “de um certo ponto de vista”, como ele mesmo diz ao jovem Luke Skywalker no “Star Wars” clássico, quando ainda não sabe que o maior vilão da galáxia é seu pai.

Afinal, quando encontra um velhinho simpático de túnica franciscana no deserto, mal imagina que ele esquartejou o seu pupilo, Anakin, e o abandonou, ainda com vida, às margens de um rio de lava. Dezenove anos depois, quando vai entregar o sabre de luz para Luke, relembra os beijos, mas omite os tapas dessa história de amor.

Sim, de amor. É como define Deborah Chow, criadora e diretora de “Obi-Wan Kenobi”, nova série sobre os anos em que o jedi se exilou no planeta Tatooine, protegendo a cria de seu discípulo a distância.

“A relação entre os dois é muito especial nas prequels [os episódios um a três da franquia]. Obi-Wan fala: ‘você era meu irmão, Anakin, eu te amava!’”, lembra Chow, sobre o momento em que o mestre se declara ao discípulo em chamas. “Acho que esse relacionamento segue mesmo com tudo que acontece. Eles se amavam como irmãos, e é o que constitui esses personagens.” Diria o poeta, amor nenhum dispensa uma gota de ácido.

Como se sabe, o pupilo tem sua vingança logo no primeiro filme da saga, em 1977, quando Vader acaba com o mestre num curto duelo. Só décadas depois, a partir de “A Ameaça Fantasma”, de 1999, é que conhecemos um Obi-Wan jovem, certinho, mas, ao mesmo tempo, malandro – que rende memes até hoje com suas tranças, mullets e tiradas sarcásticas.

Era um novo jedi que nascia na pele do britânico Ewan McGregor, aceitando o desafio de dar novo estofo ao que fez seu monumental conterrâneo Alec Guinness, morto em 2000, nos longas originais.

Já faz 17 anos que McGregor não interpreta o jedi – o que espelha inclusive os cerca de 20 anos que separam
os episódios três e quatro.

“Construir o personagem neste diferente ponto da vida é um dos aspectos mais desafiadores e estimulantes da série, porque temos que conectar as duas trilogias”, afirma Chow, primeira mulher a comandar uma produção “Star Wars”, e que já trabalhou na série “O Mandaloriano” – que, depois do Titanic que foi “A
Ascensão Skywalker”, abriu a porteira para a franquia na TV, também com “O Livro de Boba Fett”.

Ainda não é um terreno garantido – nem mesmo entusiastas se deleitaram tanto com as produções mais recentes, apesar de o universo inteiro ter se rendido às fofuras do Baby Yoda.

A série vai se passar entre os dois filmes, com um Luke ainda pequeno, sob os cuidados dos tios Owen, vivido por Joel Edgerton, e Beru Whitesun Lars, papel de Bonnie Piesse. Daí deriva um clima de perseguição e desconfiança, com civis sendo mortos pelos soldados do Império – com destaque para os macabros inquisidores, que já apareceram em “Star Wars Rebels” – quando não entregam um jedi de bandeja

Período pandêmico

“É um período sombrio e parece apropriado [para nossa realidade], considerando tudo que passamos nos últimos anos. Gravamos a série ainda com a COVID, agora estamos em guerra. Eles também estão tentando sobreviver e ter alguma esperança.”

O que vai chegar à minissérie de seis episódios HOJW, enfim, vai fazer uma versão “oficial” de acontecimentos que fãs, livros e quadrinhos já especularam à exaustão. Vai depender, porém, se o ponto de vista de Chow levará a história para a bíblia canônica de “Star Wars”, ou será mais uma mentira provisória perdida na galáxia. Obi-Wan Kenobi, estreia hoje (27), no Disney+. A direção é de Deborah Chow e o elenco conta com Ewan McGregor, e Hayden Christensen.

 

Texto: Henrique Artuni – Folhapress

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