Na tarde de ontem (24), um jovem de 18 anos entrou armado em uma escola de ensino fundamental em Uvalde, no Texas, e fez 21 vítimas fatais, sendo 19 crianças e um professor. Esse foi considerado o pior massacre em instituição de ensino infantil nos Estados Unidos nos últimos dez anos.
O homem foi identificado pela polícia como Salvador Ramos. Ele chegou a escola Robb Elementary School por volta das 11h30 (horário de Brasília), portando uma pistola, e há suspeita de que também estivesse com um rifle. Além das vítimas fatais, há ao menos 2 feridos, uma mulher de 66 anos e uma menina de 10, ambas em estado crítico.
Após realizar os disparos, o atirador foi morto pela polícia, segundo o governador do Texas, Greg Abbott. A polícia ainda não sabe as motivações do ataque, mas que por hora o que se acredita é que ele agiu sozinho.
A escola tem pouco menos de 600 alunos matriculados, e estava nos últimos dias letivos, antes das férias de verão. Na sexta-feira (27), estava programada uma festa de formatura, segundo o site da instituição.
Casos
Esse massacre ocorre apenas dez dias após uma ação similar, quando um homem de 18 anos matou dez pessoas negras em Buffalo, estado de Nova York. O atirador, identificado como Payton Gendron, atirou dentro de um supermercado, enquanto transmitia a ação ao vivo pela internet.
O caso de ontem foi o maior ataque a uma escola primária, desde dezembro de 2012, quando um homem de 20 anos invadiu a escola Sandy Hook em Connecticut e matou 26 pessoas – entre elas 12 crianças com idades entre seis e sete anos.
Outro ataque a tiros. E o Partido Republicano não fará nada sobre isso. Que inferno somos nós se não conseguimos manter nossas crianças seguras. Isso pode ser prevenido. Nossa inação é uma escolha
Armas
Após a notícia do massacre no Texas, novos pedidos para restringir o acesso a armas nos Estados Unidos foram feitos. O governador democrata da Califórnia, Gavin Newson, repudiou o ataque em uma rede social. “Outro ataque a tiros. E o Partido Republicano não fará nada sobre isso. Que inferno somos nós se não conseguimos manter nossas crianças seguras. Isso pode ser prevenido. Nossa inação é uma escolha”.
O republicano e procurador-geral do Texas, Kex Paton, sugeriu armar professores, para evitar casos de massacres, em uma entrevista ao canal Newsmax. “Agentes geralmente não conseguem chegar a tempo para conter um ataque. Temos que fazer mais coisas nas escolas, ter pessoas no local treinadas para reagir”.
A Constituição dos Estados Unidos garante o porte de armas, mas diversos especialistas, ativistas e políticos defendem que haja um maior controle de acesso, junto a medidas que impeçam pessoas com problemas psicológicos ou histórico de violência tenham acesso a armas de alto calibre.
Já políticos ligados ao Partido Republicano tentam barrar medidas nesse sentido, pois possuem um discurso de que o armamento da população é símbolo de liberdade que deve ser preservado.
Dados
Segundo dados do jornal Education Week, o ano de 2021 foi o com mais tiroteios em colégios americanos desde 2018, quando o veículo iniciou a monitoração sobre o assunto. Foram 28 casos com ao menos uma pessoa morta ou ferida, contra dez em 2020, 24 em 2019 e 2018.
Em dezembro, se deu o caso mais recente de maior repercussão, em uma escola em Oxford. O autor do massacre foi um jovem de 15 anos, que matou quatro estudantes e feriu outros seis, além de um professor. Ele foi acusado de homicídio e ato terrorista, e foi processado como maior de idade, podendo ficar o resto de sua vida na prisão.
Na segunda-feira (23), o FBI divulgou um relatório, indicando que em 2018 foram 30 ações realizadas por um ou mais indivíduos com intenção de matar em áreas populosas. Em 2021 o número chegou a 61.
Os episódios também cresceram. Em 2019 foram 30 casos, em 2017 foram 31, mas em 2020 subiu para 40, um aumento de 33%. Já em 2021 houve um aumento de 52,5%, de acordo com o relatório.
Com informações do repórter Rafael Balago – FolhaPress.
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