Na sessão plenária da última terça-feira (17), alguns deputados usaram da palavra para questionar a CPI Energisa sobre o laboratório que irá analisar os 200 relógios coletados pela CPI-Energisa é ou não acreditada pelo INMETRO. O deputado estadual e relator da CPI-Energisa, Capitão Contar, esclareceu que a universidade que irá aferir os relógios tem credibilidade reconhecida, toda a estrutura e profissionais capacitados para isso. O laudo será feito pela USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo).
“As análises e ensaios dos relógios que foram recolhidos pela CPI não serão auferidos por empresas e sim por uma universidade renomada, a Politécnica de São Paulo”. Os aparelhos dessa universidade são todos calibrados e respeitam as normas técnicas estabelecidas por lei e pelo próprio Inmetro”, declarou Capitão Contar.
O presidente da CPI, Felipe Orro, destacou que o questionamento do deputado Paulo Duarte que foi acompanhado por outros deputados foi “curiosamente”, o mesmo feito por advogados da Energisa nesta manhã. “Hoje de manhã eu recebi a ligação dos advogados da Energisa, falando a mesma coisa que os colegas estão falando aqui. Exatamente a mesma coisa. Mas, isso já foi alvo de Mandado de Segurança e já foi julgado pelo TJ a favor da CPI. Então isso aí, não é impeditivo”, explicou.
Além disso, nos últimos dias foi percebido por quem frequenta a Alems, que uma pessoa não identificada tem rondado os gabinetes dos deputados sendo um tipo de “enviado”da Energisa, passando informações não oficiais e falsas para outros deputados. A única informação que se tem deste “estranho no ninho” é que ele veio de Brasília.
Capitão Contar ainda reforçou a fala do deputado Felipe Orro, lembrando também a derrota que a Energisa teve com o Mandado de Segurança impetrado, onde fazia o mesmo questionamento, se o laboratório da USP era ou não acreditado pelo Inmetro.
“A norma técnica diz que os ensaios eles “podem” ser realizados em laboratórios credenciados pelo Inmetro. Não diz “devem”, inclusive isso foi alvo do mandado de segurança impetrado pela empresa, onde ela alterou o termo pode pôr devem. Tanto, que esse Mandado de Segurança foi procedente em favor da CPI”, detalhou.
A CPI da Energisa, que ficou paralisada por dois anos por conta das restrições da pandemia por Covid-19 e depois por manobras da Energisa, que entrou com Mandado de Segurança para barrar as investigações, retomou os trabalhos neste mês. A coleta dos 200 relógios está sendo finalizada nesta semana e os relógios serão todos encaminhados para o laboratório da USP, onde serão aferidos para determinar se estão ou não com irregularidades.
“A todos integrantes da Casa, podem ter a certeza e a segurança que a CPI está fazendo um trabalho calçado em normas técnicas. A empresa, se sentir lesada, poderá impugnar a qualquer momento de acordo com o que o seu time jurídico interpretar. Mas, nós vamos continuar fazendo nosso trabalho. Nós estamos aqui defendendo o interesse do cidadão e não o interesse da empresa, que fique muito claro.”Finalizou Capitão Contar.
Sobre a USP
A Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli) da USP tem mais de um século de história, formando gerações de engenheiros que têm se destacado não só em suas especialidades profissionais, mas também na vida política do País e na administração de empresas e de órgãos públicos. Fundada em 1893, a então denominada Escola Politécnica de São Paulo foi incorporada à USP em 1934; hoje ela é referência nacional e considerada a mais completa faculdade de Engenharia da América Latina.
A Poli ocupa nove prédios na Cidade Universitária, em São Paulo, num total de 141.500 metros quadrados de área construída. Ali trabalham ou estudam 425 professores, 397 funcionários, 5.057 alunos de graduação e 1.549 alunos de pós-graduação (mais 1.149 Especiais). A Escola está organizada em 15 departamentos, responsáveis pelas atividades de ensino, de pesquisa e de extensão de serviços à comunidade.
A Poli também se destaca na realização de pesquisas científicas e tecnológicas, com as quais contribui para o progresso social e econômico do País e para a modernização, competitividade e qualidade dos produtos e processos das empresas. Acesse também: PF para em todo Brasil e cobra promessa de Bolsonaro