Uma vala comum com dezenas de corpos de civis ucranianos foi encontrada no sábado (9) em Buzova, um vilarejo nos arredores de Kiev desocupado recentemente por tropas russas, disse uma autoridade local.
Taras Diditch, chefe da comunidade de Dmitrivka, que inclui Buzova e outros vilarejos vizinhos a oeste da capital ucraniana, afirmou à emissora local ICTV que os corpos foram encontrados em um fosso perto de um posto de gasolina. Ainda não se sabe o número exato de corpos no local.
“Agora, estamos retornando à vida, mas durante a ocupação […] muitos civis morreram”, disse Diditch.
Um repórter da agência de notícias AFP esteve no local e relatou ter visto dois corpos com roupas de civis. Policiais e soldados estavam trabalhando com um caminhão pipa para sugar a água do fosso.
Uma mulher se aproximou do local e reconheceu um dos corpos por meio dos sapatos da vítima. “Meu filho! Meu filho!”, gritou.
Na semana passada, a mídia local relatou que cerca de 30 corpos foram encontrados espalhados por Buzova e nas redondezas.
Cenas semelhantes têm sido registradas em outros vilarejos nos arredores de Kiev, à medida que tropas russas desocupam a região e se deslocam para as frentes de batalha no Donbass, o leste ucraniano controlado por separatistas pró-russos desde 2014.
No vilarejo de Butcha, corpos foram encontrados na última semana com sinais de execução, gerando comoção internacional e aumentando a pressão por investigações de supostos crimes de guerra cometidos pela Rússia.
Mais de 1.200 corpos foram encontrados na região de Kiev, disse neste domingo (10) uma promotora ucraniana.
O Kremlin nega alvejar civis e acusa o governo ucraniano de forjar as atrocidades a fim de obter apoio de outros países.
Diante do fracasso em sua campanha para tomar Kiev, a Rússia mudou a sua tática na guerra e passou a concentrar suas tropas no Donbass.
Em Dnipro, no leste ucraniano, o aeroporto civil foi bombardeado neste domingo e ficou “destruído”, segundo o governador da região.
“Novo ataque contra o aeroporto de Dnipro. Não resta mais nada. O próprio aeroporto e as infraestruturas próximas foram destruídas. E os mísseis continuam voando”, escreveu no Telegram o governador regional, Valentin Reznichenko, indicando que ainda se está determinando o número de vítimas.
O aeroporto de Dnipro já tinha sido alvo de um bombardeio russo em 15 de março, após o qual a pista ficou destruída e o terminal, danificado.
Dnipro é uma cidade industrial de um milhão de habitantes, atravessada pelo rio Dnieper (Dnipro em ucraniano), que marca o limite das regiões leste do país.
Folhapress