Servidores municipais que atuam na Reme (Rede Municipal de Ensino) de Campo Grande entraram em greve na manhã de hoje (31) e promovem manifestação na Praça do Rádio, centro da capital. Os manifestantes reivindicam reajuste salarial para a categoria, o pagamento imediato da insalubridade dos servidores da saúde e o aumento do auxílio alimentação em R$ 500. Atualmente, o valor pago do benefício alimentar é de R$ 294.
Mesmo com a greve, 30% dos servidores seguirão trabalhando em escala de plantão para não deixar os estudantes desamparados. Por conta da paralisação, as escolas funcionam em horário especial.
Na última sexta-feira (25), os servidores promoveram uma manifestação em frente à prefeitura de Campo Grande, para reivindicar a valorização da categoria. Na ocasião, o presidente do Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais), vereador Marcos Tabosa (PDT), afirmou que o decreto n. 15.168/2022, postado pela prefeitura na edição extra do Diário Oficial, é “uma palhaçada vergonhosa e desrespeitosa com os servidores da saúde”.
O decreto diz respeito ao pagamento da gratificação de insalubridade, que, de acordo com o documento, tem porcentagens calculadas com base no salário mínimo atual (R$ 1.212,00) e estabelecidas em 20% (equivalente a R$ 242,40), 30% (R$ 366,00) e 40% (R$ 484,80).
“O prefeito é cruel e maléfico, mas não vai ficar assim. Nós, do Sisem, vamos lutar. Queremos negociações e diálogos, não guerra”, enfatizou Tabosa. Durante a paralização de hoje (31) na praça do Rádio Clube, o vereador Marcos Tabosa diz que até a negociação ser aberta a manifestação continua em diversos pontos da cidade.
Uma servidora que não quis se identificar comenta que seguirá firme nas manifestações. “Esta brincando com o servidor. A gente esta querendo o aumento, pelo menos duzentos reais. Ganhamos muito pouco e tem seis anos que não teve um reajuste. Estamos lutando por isso”.
O auxiliar de serviços diversos, Everson Diniz Cristal, servidor a 12 anos, atua na Escola Imaculada Conceição, no Jardim Batistão, comenta que é um descaso com o servidor administrativo. “A gente vê um prefeito que fala na mídia que com R$11 mil é impossível viver. Eu com 12 anos de carreira recebo menos de um salario mínimo base. É simplesmente uma vergonha, um descaso. Ele mesmo deixa parecer que nós do administrativo não somos necessários. É difícil, nos sentimos extremamente desvalorizados. Um salário de R$1,000 e você paga R$400,00 de aluguel é metade da sua renda”.
Enquanto isso o prefeito Marcos Trad estava na câmara para prestar contas ao município.
Com informações das repórteres Dayane Medina e Kamila Alcântara.