Moradores que vivem próximo às margens do lago da Usina Sergio Motta, no município de Anaurilândia ficaram assustados com a coloração verde da água. O pigmento parecido com tintura se estendia por um longo trecho, se perdendo um pouco apenas nas saídas de córregos.
O fenômeno chamou a atenção do professor Silvio Alves que foi um dos primeiros a testemunhar o fenômeno. “Não é a primeira vez que presencio esse fenômeno. Já ocorreu em outras ocasiões, porém, com essa intensidade, nunca foi visto”, disse.
Após analisar as imagens feitas do lago, o biólogo Ancelmo Toloti, revelou que apesar de “assustador”, a mudança de cor do lago se trata apenas de excesso de algas.
“Pelas imagens, aparentemente parecem ser algas em quantidade excessiva, e está indicando algum desequilíbrio no estado fisicoquímico da água o que tornou o meio propício a proliferação dessas algas” explica.
Toloti disse ainda que isso pode ser também um fenômeno natural da proliferação de algas que com a mudança de nutrientes a luz solar, que nesse verão é mais intensa, propagasse uma maior pigmentação, tornando assim a água mais verde .
“Teria que fazer também um levantamento dos possíveis contaminantes do curso d’água e comparar através de análise”, finalizou .
Após o caso ganhar repercussão, a Cesp (Companhia Energética de São Paulo) emitiu uma nota sobre o caso, veja:
“A CESP – Companhia Energética de São Paulo, informa que a mudança na coloração da água no reservatório da UHE Sérgio Motta (Porto Primavera), verificada no início desta semana, ocorreu de forma pontual em uma região localizada especificamente na margem sul-mato-grossense, entre os municípios de Anaurilândia e Bataguassu. O fenômeno é considerado normal e sua duração e intensidade podem ser variáveis ao longo dos anos. Com o aumento do volume de chuvas, observado nas últimas semanas, é comum que haja maior carreamento de nutrientes para o reservatório, favorecendo o desenvolvimento de microalgas. Este evento resulta em um fenômeno conhecido como “floração”, processo comum em determinados períodos do ano, como no verão e início do outono, quando há uma maior incidência solar. A Companhia reforça que mantém o Programa de Limnologia dedicado ao monitoramento periódico da qualidade de água do reservatório da UHE Porto Primavera. Neste programa, já foram registradas 130 espécies destas algas, as quais contribuem para a oxigenação da água por meio de sua atividade fotossintética, bem como servem de fonte de alimento para os peixes planctófagos”, disse a nota.