Por Bruna Marques [Jornal O Estado MS] – Para quem vive em pé de guerra com a medida do próprio corpo, ir a uma loja para comprar um novo look pode ser um perrengue e tanto. Porém, independente de ser magro ou gordo, parece que o mercado finalmente se tocou: agora, fabricantes brasileiros do ramo da moda são obrigados a unificarem os tamanhos de calças, blusas, vestidos e todos os outros tipos de vestimenta. Afinal, o problema sempre esteve mais em números imaginários do que no “busto, cintura e quadril” que habita em nós. “Temos que parar de nos comparar com base à numeração das roupas, porque muitas pessoas ainda tem preconceito com números maiores.
Certas marcas têm uma padronização menor, e isso deve deixar de acontecer. Digo mais: é uma oportunidade de nós promete ficar mais real para atender a todos os biotipos mulheres lembrarmos que um número quer dizer nada. Não devemos nos prender a isso. Temos que nos sentir bonitas por nós mesmas. Somos muito mais que um número”, diz Mariane Leal Medeiros, 34 anos, modelo plus size e influenciadora digital.
Para a influenciadora, apesar da dificuldade que as mulheres gordas encontram na hora de encontrar peças de roupas de boa qualidade, ela acredita que o mercado da moda vem investindo e valorizando o universo plus size. “O mercado da moda tem descoberto o mundo plus size e investido, também pela questão financeira, porque temos uma população em geral que usa manequins maiores, eles estão descobrindo o poder de compra desse público e tem sentido necessidade de melhoria, tanto em relação a modelagens, quanto estar dentro da moda. Quem já enxergou isso e está se atualizando, está se destacando na moda plus size no Brasil”, esclarece.
Mariane explica que a maior dificuldade é encontrar preços acessíveis e afirma que o mercado plus size exige alguns tópicos diferentes que a moda convencional. “Não temos muitos estilistas que saibam o corte, que saibam identificar tudo que valoriza o nosso corpo. Essa falta de profissionais pode encarecer um pouco o custo da peça. Temos o corpo maior e precisamos de mais tecido e isso encarece também a roupa, principalmente se estamos falando de tecido de qualidade, que caem bem no corpo plus, porque gostamos de tecidos mais encorpados”, expõe.
A modelo acredita que quando nos vestimos conforme nos identificamos, criamos nossa identidade e nos sentimos muito mais poderosas para viver nosso dia a dia e nossas ocasiões. “Com todas essas mudanças, muitas mulheres vão parar de se preocupar e sofrer com essa questão de não encontrar roupa, não se sentir bem e se sentir cada vez melhor. Isso com certeza está melhorando cada vez mais e vem transformando a vida, o poder, o psicológico dessas mulheres”, conclui.