Desde o segundo semestre do ano passado, o contrabando de cigarros vem diminuindo em Mato Grosso do Sul, segundo a Polícia Federal. Em 2018, o volume apreendido superou 70 milhões de maços. Os números são considerados significativos, pois o Estado é uma das principais portas de entrada de contrabando do Brasil, e as rodovias MS-165, MS-385, MS-267 e MS-299 são as mais usadas como rotas.
Conforme o superintendente da PF, Cleo Mazzotti, nos primeiros meses houve uma queda de 70% nas apreensões. “Isso está ligado ao fato de estarmos trabalhando mais e hoje a diretriz é exatamente essa de poder diminuir o contrabando. Vamos buscar apreender as organizações criminosas no seu nível mais alto, quebrar financeiramente e destruir toda a estrutura logística que tem nas estradas”, afirmou.
“O volume ainda é bastante significativo e seria uma elação falar em valores, mas o que a gente tem percebido é que, no segundo semestre de 2018, após diversas operações focadas no contrabando de cigarros, algumas prisões esparsas que fizemos, percebemos que houve uma diminuição de 33% no volume de apreensões. Já neste primeiro semestre essa diminuição chegou aos 70%”, assegura.
Essa queda também foi notada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal), de acordo com o superintendente, Luiz Alexandre Gomes, e isso está ocorrendo em razão do enfrentamento feito contra o contrabando de cigarros por todas as frentes de segurança pública de Mato Grosso do Sul. “A PRF no ano passado apreendeu cerca de 34 milhões de maços de cigarros no Estado e neste primeiro semestre nós fechamos com, aproximadamente, 10 milhões de maços. E essa diminuição acontece em razão do enfrentamento que está sendo feito por todos os órgãos de segurança pública do Estado, do desaparelhamento dessas organizações criminosas, por meio, justamente de prisões dos principais líderes dessas quadrilhas”, declarou.
Em dez municípios
O ETCO (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial), apontou que 77% do comércio ilegal de cigarros no Estado se concentra especificamente em dez municípios: Campo Grande, Dourados, Corumbá, Coxim, Chapadão do Sul, Maracaju, Cassilândia, Rio Brilhantes, Jardim e Ponta Porã.
Policiais rodoviários eram integrantes de grupo criminoso
A PF com apoio da PRF deflagrou ontem (31) a Operação Trunk, a fim de desarticular mais uma organização criminosa, que atuava no contrabando de cigarros do Paraguai para o Brasil. Dos oito mandados de prisão, cinco foram cumpridos e dois são policiais rodoviários federais; um foi preso em Dourados e o outro em Rio Brilhante quando saíam do serviço.
Dos três foragidos, um é vereador no Estado da Paraíba, responsável pela distribuição do cigarros no Nordeste. “Esse vereador seria de uma organização criminosa, e entre uma das atribuições dele estaria a distribuição dos cigarros pelo Nordeste. Os outros dois foragidos teriam a função de batedor”, esclarece o superintendente da PF, Cleo Mazzotti.
Os dois líderes da organização criminosa também foram presos. Um em Ponta Porã, outro na cidade de São Paulo. “Eles iam até o Paraguai, faziam a contratação da carga, corriam atrás dos batedores, dos mateiros, cuidavam de toda parte logística, mantinham de forma discreta contato com os dois policiais”, explicou o delegado da PF Glauber Fonsec. A esposa de um dos líderes também foi detida. Conforme o delegado, ela era responsável pelo financeiro da organização.
As investigações dessa operação tiveram início em julho do ano passado com a apreensão de caminhão carregado com 430 mil maços de cigarros do Paraguai. Durante esse um ano de investigações, foram apreendidos 19 carregamentos em caminhões e carretas e 26 pessoas presas. Os valores dos produtos ilícitos apreendidos, somam R$ 70 milhões, em uma contagem superficial. Acesse também: Paolla Oliveira lamenta falas machistas após dançar funk