Após o temido período de carnaval, números de casos de COVID-19 não sofrem alterações e a prefeitura discute a flexibilização no uso de máscaras em Campo Grande. A reunião acontece hoje (9), às 15h40, no gabinete do prefeito Marquinhos Trad e conta com a participação de integrantes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e membros da Associação Comercial.
O carnaval foi adiado em Campo Grande, para frear a contaminação e diminuir os casos de COVID-19, mas, mesmo com as festividades não acontecendo normalmente na cidade, a população campo-grandense lotou as cidades turísticas do Estado.
Sete dias após o fim do período de carnaval, os números de casos da doença não só não subiram como tiveram queda na quantidade. Como diversas capitais do país já estão flexibilizando a utilização de máscaras por conta da queda nos números e no aumento da vacinação, essa pauta foi inserida também aqui na Capital.
Segundo dados do boletim epidemiológico em Campo Grande, a alta de casos na semana do carnaval foi de 3.591 casos confirmados e na semana seguinte foram apenas 1.833 casos da doença.
A Secretaria de Estado de Saúde Mato Grosso do Sul, está consultando especialistas para apresentar ao Prosseguir diversas normas técnicas e informações para que seja decidido a respeito da flexibilização das normas de biossegurança relacionadas à COVID-19.
Confiando nos dados publicados no boletim epidemiológico, também não houve aumento no número de casos de COVID-19 após o período de carnaval no Estado, que teve alta de 6.387 casos durante o período de festividades e de 5.594 na semana seguinte.
Para o secretário de Saúde, Geraldo Resende, a decisão sobre a flexibilização e desobrigatoriedade do uso de
máscaras depende de diversos outros fatores como o cumprimento do quadro vacinal da população.
“Nós ainda estamos tendo algumas dificuldades, principalmente em doses de reforço, mas nós temos trabalhado para verificar como vamos fazer, para levar a população que ainda não foi tomar a dose de reforço, terceira dose ou a quarta dose de idosos o façam. Para que a partir daí possamos pensar na flexibilização que alguns estados já estão começando, de abolir até o uso de máscaras em locais fechados. Mas isso vai depender da imunização e vai depender da queda no número de casos e consequentemente das internações”, afirma Geraldo.
Para o infectologista, pesquisador da Fiocruz e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Julio Croda, é necessário ter indicadores claros sobre o controle da transmissão do vírus e principalmente relacionado ao número de casos.
“É preciso observar a média móvel de casos e de hospitalização é o que indica uma tendência de queda e o controle da pandemia, então é preciso de alguma forma reconfigurar o Prosseguir no sentido de atender essa demanda. Se esses indicadores permitirem, evidentemente nós podemos flexibilizar gradativamente”, explica Croda.
Ele afirma ainda que o fato de a pandemia virar endemia será a partir do resultado dessas flexibilizações, porque isso mostra que nós temos mais controles sobre as consequências da doença, principalmente no serviço de saúde, caso aconteça um novo aumento.
Texto: Camila Farias