Durante participação no “Programa do Ratinho”, do SBT, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse ter sido “infeliz” e citou arrependimento ao sugerir a criação de um novo AI-5 (Ato Institucional Número 5) em entrevista concedida ao canal da jornalista Leda Nagle, no YouTube.
“De maneira nenhuma eu cogitei, naquele momento, de retornar com o AI-5. Eu falava sobre o que está acontecendo no Chile e o que pode ocorrer no Brasil. No Chile, o pessoal está depredando estações de metrô, tacando fogo em prédio público, tacando fogo em ônibus, escolas tendo que parar as aulas, voos sendo alterados… E aqui no Brasil, tem gente falando que isso é democracia, que isso é protesto. Então, estava falando que nesse cenário, nesse contexto, o governo não pode simplesmente ficar olhando as coisas acontecerem. O governo tem que agir com energia. Antes da coisa acontecer, a gente tem que tomar medidas preventivas. E medidas preventivas não é [a volta do] AI-5. É abrir os olhos da população para que, se alguém impedir do trabalhador ir trabalhar… para que a polícia não permita que isso aconteça. Simplesmente isso. Talvez eu tenha sido um pouco infeliz ter citado no AI-5. Se eu pudesse voltar atrás, eu não teria falado no AI-5, porque eu dei munição para a oposição ficar me metralhando”, disse ele.
Em seguida, Eduardo classificou a democracia como “charmosa” ao responder pergunta sobre o motivo que levou a não aceitar ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
A ameaça do filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de editar “um novo AI-5” se “a esquerda se radicalizar” foi feita em entrevista exibida na última quinta (30).
“Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 1960 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, executavam e sequestravam grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, militares”, afirmou.
A frase de Eduardo Bolsonaro sugerindo um novo AI-5 gerou indignação entre partidos e políticos brasileiros. Siglas como PT, PSB, PSOL, entre outras, se manifestaram rapidamente após a declaração do deputado federal (PSL-SP) e filho do presidente.
Decretado em 1968, durante a ditadura militar, o AI-5 fechou o Congresso Nacional, cassou mandatos, suspendeu o direito a habeas corpus para crimes políticos, entre outras medidas. O ato é considerado o início do período mais duro da ditadura. (Uol)