A Avenida Calógeras está passando por construções de revitalização que estão impedindo o fluxo dos estabelecimentos. O trecho a partir da Avenida Fernando Corrêa da Costa se encontra interditado há 30 dias acima do previsto. Os clientes dispostos a visitar as lojas precisam dirigir na contramão para chegar ao destino. Até mesmo com comércio fechado, os comerciantes já levantaram uma petição a ser apresentada para o prefeito a fim de solucionar o problema.
As diversas manilhas espalhadas e um grande buraco barrando a entrada estão desafiando lojas a manter suas portas abertas. Assim como na Rua Rui Barbosa, as obras representam um empecilho para a região. Os empresários estão desesperados com a situação e não têm nenhuma informação sobre o prazo do fim do transtorno.
Selma Saraiva Leite abriu a loja Recupercar Autovidros há três meses e já teve de fechar por causa dos trabalhos das construtoras. Após investir quase R$ 1 milhão no local com seu próprio dinheiro e financiamento do banco, a empreendedora percebeu que está custando mais manter a loja aberta do que fechada.
“Eu não consigo trabalhar, tive de fechar, ninguém vem. Fui ao banco hoje tentar financiar um carro, porque estou de mãos atadas e não sei mais onde pedir socorro. Eu acredito que, se a obra continuar, todas as lojas daqui correm o risco de fechar”, comentou.
Antes, a loja de produtos e serviços para automóveis recebia cerca de 80 carros diariamente. Na última semana, antes de fechar, recebeu somente um. Saraiva está em uma situação complicada, não tem nenhum lucro e ainda tem de pagar o salário de 12 funcionários. Para arcar com os prejuízos, ela conta com os rendimentos de seus dois outros empreendimentos.
Mais obras
Além da construção no local, os lojistas também estão preocupados com as ciclovias e o ponto de ônibus que serão levantados após a finalização do projeto atual. A proprietária da Vidroscap, Irene Marcari, afirma que a instalação deles prejudicará a movimentação da Avenida Calógeras.
“Se colocam aqui uma ciclovia e um ponto de ônibus, onde os clientes vão estacionar? Vai ter desemprego e todas as lojas vão fechar. A ciclovia vai acabar com o bom movimento que tenho na minha loja.”
Ela acrescenta ainda que, atualmente, está com apenas 10% do volume de clientes que costumava ter. Os consumidores que sempre visitam a loja aparecem no local, mas têm de conduzir os carros na contramão por conta do bloqueio na avenida.
Marcari informou que está sendo organizado um abaixo-assinado para impedir que a via seja arquitetada para ciclistas. A petição será enviada para o prefeito Marquinhos Trad e deve haver adesão de vereadores ao requerimento dos comerciantes.
Para Adelaido Vila, presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas), as obras precisam de mais organização e de rápida finalização em virtude do prejuízo ao varejo. “Em um momento tão difícil como este, estão inviabilizando o trânsito na grande parte das regiões com que a gente está mais preocupado, que é o varejo.” (Texto: Bela Reina)