Com investimentos de R$ 2,2 milhões, reforma da Casa do Artesão avança na Capital

Casa do artesãp
Edemir Rodrigues/Governo de MS

Um dos principais pontos turísticos e culturais de Campo Grande, a Casa do Artesão, unidade da Fundação de Cultura do MS, recebeu investimentos orçados em R$ 2,2 milhões, para a reforma completa do prédio. Os recursos foram viabilizados pelo programa “Retomada MS”, desenvolvido pelo governo estadual.

Construída entre 1918 e 1923, a Casa do Artesão já abrigou a primeira sede do Banco do Brasil (cujo cofre é uma das atrações do local), comércio e autarquia pública. O local foi projetado pelo engenheiro Camilo Boni, sob o comando de Francisco Cetraro e Pasquele Cândida.

Arquiteta da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), Gianne Fabian destaca que o prazo para entrega das obras é para outubro deste ano, contudo o Estúdio Sarasá, responsável pela restauração, tem se empenhado para finalizar as obras antes do prazo.

“Agora estão raspando as esquadrias, a fachada, onde vai ser feita a restauração. A importância do restauro do prédio se dá pelo seu histórico, vai manter aspectos originais para não perder a história, como era feito antigamente, entregando um espaço mais apropriado para a população, com ambiente de convívio, estimulando as pessoas a fazer a visitação”.

Coordenador do Estúdio Sarasá, Antonio Sarasá explica que apesar do avanço das obras as recentes chuvas ocorridas na Capital têm dificultado as obras na parte externa do prédio.
“Estamos trabalhando mais na parte interna. A partir de abril vamos mexer mais na parte externa. A estrutura da cobertura vai ser bem mexida. Na parede, que é o pulmão da casa, vamos colocar reforços na estrutura para segurar melhor o telhado, que está se movimentando e inclinando. Usamos o microscópio digital para aferir a consistência da argamassa. Antigamente as construções eram feitas em fundação direta, a água fazia parte da construção. Hoje não. Nós vamos retirar toda a tinta acrílica da fachada, aplicar argamassa de cal e silicato de potássio, que permite a transpiração do edifício, aí não vai ficar mais com problemas de umidade”.

Antonio Sarasá ressalta que a restauração tem o intuito de resgatar o valor cultural do local. “Procuramos fazer essa interação. A gente vai resgatar a parte física e também a ‘alma’ do espaço. A diferença entre reforma e restauro é que a reforma agrega valor financeiro, o restauro agrega valor histórico-cultural, para ter esse olhar cultural intrínseco. Isso está sendo respeitado e os artesãos vão poder expor seus produtos numa casa que mostra o processo de produção deles também. Em abril vamos fazer uma intervenção para mostrar para a comunidade como está sendo o processo de restauro, para integrar a comunidade”.

Oficialmente inaugurado como Casa do Artesão em 1º de setembro de 1975, o prédio passou por uma restauração e revitalização em 1990, e posteriormente foi tombado como patrimônio histórico estadual.

Antonio Sarasá explica que as obras contam com a participação de dois indígenas da etnia Terena, Nel da Silva Fialho, da aldeia Bananal, e Jamelson Paulino da Silva, da aldeia Lagoinha, a iniciativa busca passar conhecimentos que posteriormente serão levados às comunidades onde vivem. “Eles participaram do grafismo nos tapumes da obra, aí fizemos o convite. Durante o Festival Campão Cultural falamos com o Cacique para eles participarem e eles estão entendendo um pouco da dinâmica. Além de serem os guardiões e participar do restauro, eles são fatores de multiplicação desses fatores culturais. Também fizeram as artes dos capacetes de proteção. Tem muitas mulheres que querem fazer parte, nós estamos vendo para o futuro”, complementa.

Secretário de Estado de Cidadania e Cultura, João César Mattogrosso, destaca a importância da restauração.“Estamos entusiasmados em acompanhar a intervenção histórica dessa estrutura emblemática para o artesanato sul-mato-grossense, que conta com a atenção do Governo do Estado durante a nossa gestão, a partir da sensibilidade e comprometimento do Governador Reinaldo Azambuja com o setor cultural. A entrega dessa restauração representará um estímulo significativo para os artesãos e artesãs do nosso MS, que contarão com um local revitalizado e com novos atrativos para o público, o que impulsiona a atividade comercial, bem como o fomento do artesanato regional”, disse.

Atualmente o prédio é um dos principais pontos turísticos da Capital, recebendo visitantes de todo o mundo que buscam conhecer e adquirir peças únicas de artesanato que retratam a beleza sul-mato-grossense.

Serviço:
A Casa do Artesão está localizada na avenida Calógeras, número 2050, no Centro de Campo Grande.

(Com assessoria)

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