Desde julho de 2021, família luta para conseguir fraldas geriátricas no CEM de Campo Grande

CEM
Nilson Figueiredo

Há cerca de um ano, Moacir Deitos, 31 anos, ficou paraplégico após uma briga e passou a precisar de fraldas
geriátricas. A família conseguiu o item pelo CEM (Centro de Especialidades Médicas) da Capital em novembro de 2020, mas só recebeu por cinco meses.

Desde julho de 2021, a fralda esteve disponível para retirada somente por dois meses. Francielle Deitos, irmã de Moacir, relata que, além do item estar em falta, não tem previsão para a chegada na unidade. “Todo dia minha mãe liga lá e dizem que não tem previsão para chegar.” O custo médio do pacote de fraldas é
de R$ 49, com 18 unidades e, para Moacir, dura quatro dias. Mensalmente, a despesa com as fraldas gira em torno de R$ 392.

“Infelizmente não temos condições de comprar fralda. A gente fica pedindo para um e para outro. Minha vizinha ajuda sempre quando pode, já pedi para uma amiga também. Chega a ser vergonhoso, humilhante. Já chegamos a usar lençóis porque não tem de onde tirar fralda”, relata Francielle.

A família recebe a LOAS (Lei Orgânica de Assistência Social ou Lei nº 8.742/93), que regulamenta o benefício assistencial conhecido como BPC (Benefício de Prestação Continuada), responsável pelo pagamento da prestação de um salário-mínimo para pessoas que não possuem meios para sobreviver. A beneficiária é a mãe de Moacir, Dirlena Deitos, que realizou quiatro cirurgias na coluna.

“Quando a gente vai buscar eles sempre falam pra ligar antes de ir pra ver se tem. Para gente é muito difícil, um pacote de fralda grande é quase R$ 50 e vem 18 fraldas, dura quatro dias. Minha mãe recebe a LOAS porque tem quatro cirurgias da coluna, tem placa e parafuso. Paga aluguel, água e luz. Mal sobra pra comer.
Eu e meu outro irmão que ajudamos, mas também não temos muita condição”, conta.

Sem respostas, a família de Moacir entrou com uma ação judicial junto à Defensoria Pública para conseguir reembolso das fraldas compradas e conseguir auxílio para os itens, mas segue no aguardo de uma resposta.

“A gente entrou com uma ação judicial que levamos na casa da saúde, na Sesau, mas chegando lá recusaram de cara. A mulher da recepção mesmo falou que tinha de entrar pela Defensoria para conseguir. Aí entramos pela Defensoria, e teve uma audiência como o defensor e falou que tinham até tal dia para entrarem em contato e começar a fornecer as fraldas”, explica.

A equipe de O Estado questionou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que informou, em nota, que o processo de contratualização da empresa que irá fornecer as fraldas geriátricas para a Secretaria Municipal de Saúde está em fase final e deve ser publicado em diário oficial nos próximos dias. (Texto: Isabela Assoni)

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