SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A capital da Índia, Nova Déli, vai impor confinamentos durante os finais de semana na tentativa de conter uma nova alta de casos de COVID, em grande parte impulsionada pela variante ômicron, mais transmissível.
O país sofreu um devastador surto de coronavírus no ano passado, lotando hospitais, crematórios e cemitérios, mas o número de infecções registrado diariamente havia se mantido em um nível relativamente baixo até a última semana. Nas últimas 24 horas, a Índia contabilizou 37.379 novas contaminações, maior número desde setembro.
As novas restrições sanitárias em Nova Déli foram tomadas no mesmo dia em que o primeiro-ministro da capital, Arvind Kejriwal, anunciou estar infectado e com sintomas leves. Kejriwal, que participou de um comício político sem utilizar máscara no dia anterior, afirmou que está isolado em sua casa e pediu aos que estiveram em contato com ele recentemente que façam testes de detecção da COVID.
A cidade já havia fechado na última semana ginásios e cinemas, além de ter imposto um toque de recolher noturno na tentativa de conter a propagação da ômicron. Agora, o governo insta todos os habitantes a ficarem em casa desde a noite de sexta até a manhã de segunda-feira, e empresas terão de garantir que ao menos metade de seus funcionários trabalhem de casa.
O governo federal havia recomendado a autoridades locais que impusessem restrições de movimento à população caso os resultados de mais de 5% dos exames de COVID fossem positivos. Na segunda-feira (3), a taxa de infecções de Nova Déli era superior a 6%.
As mais de 482 mil mortes por COVID na Índia, de acordo com dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, constituem a terceira cifra mais alta do mundo, atrás apenas de EUA e Brasil. O número, no entanto, pode ser, segundo projeções, dez vezes maior, já que é comum que óbitos e suas causas não sejam notificados oficialmente no país.
Na segunda, a Índia começou a vacinar adolescentes e, a partir da próxima semana, oferecerá doses de reforço do imunizante contra a COVID a pessoas com mais de 60 anos.